Estudo brasileiro aponta que atividade física regular reduz em 34% o risco de internação pela Covid-19

A pesquisa evidencia que a realização de 150 minutos de exercício por semana reduz a probabilidade de complicações da Covid-19. O estudo foi publicado na plataforma preprint MedRxiv

22:39 | Nov. 26, 2020

Por: Redação O POVO
Ainda de acordo com Cabeto, o Estado empenhou esforços para se antecipar no seu plano de imunização. (foto: Aurelio Alves/ O POVO)

Uma pesquisa brasileira chegou à conclusão que 150 minutos semanais de atividade física de intensidade moderada ou 75 minutos de atividades intensas reduz em 34,3% o risco de internação hospitalar pela Covid-19. O estudo foi desenvolvido por profissionais da Universidade de São Paulo (USP), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). As informações são do portal Veja.

O estudo foi publicado na plataforma preprint MedRxiv, que pré-publica artigos científicos que ainda precisam ser submetidos à revisão. A equipe avaliou questionários respondidos por 938 pessoas que tiveram Covid-19 e se recuperaram da doença. Desse total, 91 pessoas (9,7%) necessitaram hospitalização. Os resultados mostraram que as pessoas que praticavam a quantidade recomendada de atividade física por semana tinham um risco reduzido de hospitalização pela doença.

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Além desse fator, aqueles que praticavam dois ou mais tipos de exercício, como andar de bicicleta e correr, tinham um benefício ainda maior. A redução do risco dessas pessoas foi de 46,2%. A associação permaneceu mesmo após serem contabilizados outros fatores, como idade, sexo, índice de massa corporal (IMC) e doenças pré-existentes.

Em entrevista à Veja, o educador físico Gustavo Cardozo, pesquisador da Uerj e diretor técnico-científico do Centro de Medicina, explicou que a prática de 100 minutos de atividade física semanais já apresentou um efeito protetivo.“O estudo mostrou que fazer 20 minutos de exercício, cinco vezes por semana, protege das complicações da Covid-19 até mesmo em pessoas com doenças inflamatórias”, disse.

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De acordo com ele, a principal hipótese para esse efeito protetor da atividade física está associada à redução da ECA2, enzima utilizada pelo novo coronavírus para invadir as células. “O exercício físico reduz os receptores de ECA 2 e diminui ações inflamatórias no corpo, que também contribuem para as complicações da Covid-19”, conclui Cardozo.