Brasil "tem que deixar de ser um país de maricas", diz Bolsonaro sobre pandemia

Quanto aos óbitos pela doença, que já passam de 162 mil, ele afirmou lamentar, mas "todos nós vamos morrer um dia".

18:31 | Nov. 10, 2020

Por: Redação O POVO
Fala de Bolsonaro aconteceu durante cerimônia do Ministério do Turismo para apresentação do plano econômico de retomada do turismo do Brasil. (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Durante evento no Palácio do Planalto nesta terça-feira, 10, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), voltou a minimizar a pandemia do novo coronavírus e as mortes causada pela Covid-19 e afirmou que o Brasil "tem que deixar de ser um país de maricas". O chefe do Executivo federal disse ainda que "tem que acabar esse negócio" onde "tudo é pandemia". Sobre os óbitos pela doença, que já passam de 162 mil, ele afirmou lamentar, mas ressaltou que "todos nós vamos morrer um dia".

“Tem que deixar de ser um país de maricas”, diz o Presidente da República sobre as mortes por Covid-19 pic.twitter.com/YBhWMUddMV

— Samuel Pancher (@SamPancher) November 10, 2020

"Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas. Olha que prato cheio para imprensa. Prato cheio para a urubuzada que está ali atrás. Temos que enfrentar de peito aberto, lutar", disse o presidente.

O presidente estava discursando em cerimônia sobre a retomada do setor turístico. Ele ponderou que o setor foi "na lona" durante a pandemia, e defende que a Covid-19 foi "superdimensionada". "Vocês foram na lona nessa pandemia. Que foi superdimensionada. A manchete amanhã: "Ah, não tem carinho, não tem sentimento com quem morreu... Tenho sentimento com todos que morreram. Mas (foi) superdimensionado".

O Brasil é o segundo país com mais mortes por Covid-19 no mundo em dados absolutos. Apesar de ter uma das maiores populações do mundo, o país é o sexto com mais óbitos proporcionais, com 764 mortos por milhão de pessoas, só atrás de San Marino, Bélgica, Peru, Andorra e Espanha.