Pandemia de covid-19 se aproxima do milhão de mortos no mundo
Estados Unidos é o primeiro em número de casos e mortes, seguido do BrasilNove meses após seu surgimento na China, a pandemia de covid-19 se aproxima, neste domingo (27), do número simbólico de um milhão de mortos no mundo, entre diversos surtos de casos em vários países europeus, mas também em Nova York ou Rangum, embora pareça se estabilizar na Austrália.
No total, o coronavírus deixou 998.463 mortos e contagiou mais de 32,9 milhões de pessoas, segundo um balanço da AFP deste domingo.
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Estados Unidos é, com diferença, o país mais afetado em número de mortes e casos, com quase 205.000 óbitos. É seguido pelo Brasil com 141.406 mortes, Índia com 94.503, México com 76.243 e Reino Unido com 41.971.
O estado de Nova York, que foi o epicentro da covid-19 nos Estados Unidos, registrou pela primeira vez desde 5 de junho mais de 1.000 casos em um dia.
No entanto, a situação é muito melhor do que na primavera (Hemisfério Norte), nos piores momentos da crise de saúde.
Na Ásia, a capital econômica e cidade mais importante de Mianmar, Rangum, enfrenta um surto de infecções, que gera temores dos médicos sobre milhares de casos novos nos próximos dias.
Apesar desses novos surtos, na Austrália a situação parece se estabilizar. Em Melbourne, a segunda maior cidade, o toque de recolher noturno em vigor será suspenso na segunda-feira. Neste domingo, foram constatados apenas 16 novos casos e duas mortes.
Raio de 5 km
Os 5 milhões de habitantes de Melbourne a partir de agora poderão deixar suas casas a qualquer hora do dia, seja para trabalhar, praticar esportes ou fazer compras. Mas eles terão que ficar a um raio de cinco quilômetros de suas casas, sob pena de pagar uma multa de quase3.500.
Na Europa, as restrições se multiplicam para conter os novos surtos. A região de Madri, na Espanha, se apressa para estender as restrições em vigor às novas áreas. A partir de segunda-feira, 167.000 habitantes adicionais poderão sair de seus bairros apenas para trabalhar, ir ao médico ou levar seus filhos para a escola.
Esta decisão levou centenas de pessoas de todas as idades a se manifestarem na capital espanhola neste domingo.
"Não é confinamento, é segregação!", gritava uma multidão diante do Parlamento da Comunidade de Madri, localizado no distrito de Vallecas, um dos bairros humildes afetados pelas medidas desde a semana passada.
"Os ricos não são mantidos em isolamento social", podia-se ler em um dos cartazes exibidos durante o protesto.
No Reino Unido, quase metade de Gales estará em confinamento local: a partir das 18 horas locais deste domingo, estará proibida a entrada ou saída nas cidades de Cardiff e Swansea, exceto por razões profissionais ou estudantis.
Na França, o governo endureceu na quinta-feira as medidas sanitárias para conter o coronavírus em onze grandes cidades, incluindo Paris, onde os bares devem fechar às 22h a partir da segunda-feira.
Dezenas de donos de bares, restaurantes e casas noturnas, além de representantes do setor hoteleiro, protestaram neste domingo em Paris contra a decisão.
"Não entendemos como a população fica mais segura lotada no metrô do que em nossos estabelecimentos, ou como o vírus às 21h59min é inofensivo, mas vai matar a todos às 22h01min", comentou indignado Stéphane Manigold, porta-voz do coletivo "Permanecemos Abertos".
Já o torneio de tênis Roland Garros teve início neste domingo na capital francesa, com quatro meses de atraso e capacidade limitada a 1.000 espectadores por dia.
Em Bruxelas, bares e cafeterias também terão que fechar suas portas às 23h00 locais a partir desta segunda-feira, 28.
Essas medidas rígidas provocam indignação e protestos em todo o mundo, como em Londres onde, no sábado, dez pessoas foram detidas e quatro policiais ficaram feridos em uma manifestação que reuniu milhares de opositores às restrições.
Corrida por uma vacina
A Organização Mundial da Saúde (OMS) agora teme que a pandemia provoque dois milhões de mortes se o mundo não se mobilizar com firmeza, e aumenta os apelos para uma distribuição igualitária de futuras vacinas.
A corrida das vacinas já começou e cada país quer garantir que sua população possa dispor de doses suficientes. Estados Unidos, Europa e Japão já reservaram mais da metade das doses que estariam disponíveis assim que aprovadas.
Na Assembleia Geral anual da ONU, América Latina e Austrália exigiram um acesso gratuito a futuras vacinas.
A Índia, o maior fabricante de vacinas do mundo, prometeu no sábado através de seu primeiro-ministro, Narendra Modi, usar seus recursos no combate à pandemia "para ajudar toda a humanidade".