Crianças devem usar máscaras? Confira orientações
Segundo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), crianças com até 5 anos não devem usar máscaras
17:27 | Ago. 31, 2020
Uma das medidas para a volta da educação infantil, na rede privada, nesta terça-feira, 1º é uso de máscaras pelos profissionais e crianças a partir de 3 anos. Altamente recomendada em adultos, a utilização do material por crianças diverge em orientações por diversos órgãos de saúde.
Segundo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), as crianças com até 5 anos não devem usar máscaras. A destreza necessária para uso adequado da máscara foi um dos pontos considerados para não indicação.
Os instituições destacam ainda que crianças com deficiências cognitivas ou com graves problemas respiratórios que tenham dificuldades em tolerar a máscara não devem, sob nenhuma circunstância, ser obrigadas a usar o utensílio. Para evitar contaminação, nas crianças dessa faixa etária, é preciso distanciamento social, higienização das mãos e limitação dos tamanhos das salas de aula.
Crianças de 6 a 11 anos, é preciso ter uma análise de risco, levando em conta a intensidade da transmissão na região e dados atualizados sobre o risco de infecção nessa idade. A capacidade da criança de seguir as regras para uso adequado da máscara, assim como a supervisão adulta para tal, além do aprendizado e desenvolvimento psicossocial, também devem ser considerados.
Já para crianças com mais de 12 anos e adolescentes, a orientação é seguir as mesmas indicações do uso de máscara em adultos.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) publicou também orientações aos pais e aos responsáveis sobre o uso adequado de máscaras por crianças e adolescentes. A nota criada pelos Departamentos Científicos de Adolescência e Desenvolvimento e Comportamento da entidade, delimita que crianças menores de 2 anos não devem usar máscaras, porque a salivação intensa, as vias aéreas de pequeno calibre e a imaturidade motora elevam o risco de sufocação.
Entre 2 e 5 anos, existe necessidade de supervisão constante. Eles analisam que a criança se sentirá incomodada com a necessidade de ajustes frequentes por parte dos pais. Nesse caso, o benefício poderá não compensar o risco e, por isso, é indicado avaliar individualmente a possibilidade do uso, conforme o grau de maturidade de cada criança.
A professora, doutora pela Universidade de São Paulo (USP), e médica pediatra Virna Costa e Silva afirma que em um ambiente escolar, com uma quantidade de crianças sendo maior que de professores, esse benefício fica ainda menor e não seria necessário, como orientado pela OMS.“Como a criança é muito pequena corre o risco dela se sufocar, dela brincar e ter algum tipo de acidente com a máscara. Exige uma certa autonomia, a criança tem que estar acompanhada por um responsável. Para a professora dar conta de todas essas crianças será difícil”, explica.
A pediatra ressalta que crianças tendem a tirar muito a máscara e sentem irritação. Isso, segunda ela, pode aumentar a transmissibilidade do vírus.
Até a publicação esta matéria a Secretaria de Saúde do Ceará( Sesa) não se posicionou sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras pelas crianças menores como consta no decreto.
Confira as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para o uso de máscaras em crianças
1. Adquirir máscaras de acordo com o tamanho do rosto da criança ou adolescente e certificar que está confortável;
2. Lavar com água e sabão abundantes e/ou deixar de molho em solução de água sanitária (1 colher de sopa para 500ml de água) por 30 minutos;
3. Após a secagem, passar ferro quente, de ambos os lados. Armazenar em saco plástico limpo;
4. Lembrar que as crianças vão aprender mais facilmente com a repetição e com ensinamentos e exemplos fornecidos de forma alegre e natural. Tenha paciência para ensiná-las a usar as máscaras com carinho e responsabilidade;
5. Crianças podem se beneficiar do uso de uma máscara em ambientes em que encontrem outras pessoas a menos de 2 metros de distância (supermercados, farmácias, serviços médicos, ou qualquer ambiente fora de casa ou onde possa haver aglomeração de pessoas);
6. Caso a máscara caia no chão durante o uso, ela deverá ser substituída por outra limpa, imediatamente;
Ensinar as crianças a tossir e espirrar em um lenço de papel ou no braço e cotovelo, nunca nas mãos.