Holanda e Bélgica também afirmam terem casos de reinfecção por Covid-19

Virologistas holandeses e belgas confirmam que dois pacientes, um em cada país, contraíram o coronavírus pela segunda vez

13:43 | Ago. 25, 2020

Por: Redação O POVO
Uso de máscara para proteção contra o novo coronavírus. (foto: Ricardo Wolffenbuttel/Governo de SC)

Após confirmação de Hong Kong, cientistas holandeses e belgas confirmaram nesta terça-feira, 25, a identificação de mais dois casos de reinfecção por Covid-19. Os reinfectados, um em cada país, contraíram cepas (variações) diferentes do Sars-Cov-2, o novo coronavírus. No Brasil, estão sendo investigadas 20 suspeitas de reinfecção. 

De acordo com a virologista Marion Koopmans, consultora da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do governo holandês, ainda não se sabe a real frequência em que as reinfecções podem acontecer. “As infecções respiratórias podem ocorrer duas ou mais vezes. Sabemos que uma pessoa não está protegida para o resto da vida se tiver sido infectada uma vez e é isso que esperamos com a Covid-19", disse.

Segundo ela, o paciente holandês é um homem idoso com o sistema imunológico debilitado. A primeira vez em que ele contraiu o novo coronavírus foi em março. Já a paciente belga contraiu pela primeira vez na segunda semana de março e pela segunda vez em junho, divulga o virologista e consultor de saúde do governo belga Marc Van Ranst.

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"Trata-se de uma mulher que sofreu recaída três meses após a primeira infecção. Fomos capazes de examinar geneticamente esse vírus em ambos os casos e temos dados suficientes para determinar que se trata de outra cepa", disse Van Ranst. Ela está com sintomas leves e não precisou ser hospitalizada. Os sintomas do idoso holandês não foram divulgados.

Para confirmar um caso de reinfecção de um paciente, os cientistas precisam provar que os códigos de RNA (código genético) do primeiro contágio são diferentes dos registrados no segundo. A possibilidade de uma reinfecção, cuja frequência ainda precisa ser melhor estudada, pode significar que as futuras vacinas de Covid-19 não serão vitalícias.

“É improvável que a imunidade de rebanho possa eliminar [a pandemia], embora seja possível que infecções subsequentes possam ser mais leves do que a primeira infecção, como para este paciente. A Covid-19 provavelmente continuará a circular na população humana como no caso de outros coronavírus humanos ”, afirmam os pesquisadores de Hong Kong, que confirmaram o primeiro caso de reinfecção.

A duração da imunidade contra a Covid-19 segue em análise pelos pesquisadores do mundo. A princípio, alerta a virologista Koopmans, ter anticorpos contra a Covid-19 não significa estar imune à doença.

As informações são da Agência DW.