Mascne: saiba como prevenir a acne provocada pelo uso das máscaras de proteção
Termo em inglês refere-se à acne provocada pela umidade e fissuras em decorrência do uso de máscaras de proteção; uso adequado das máscaras e cuidados com a pele podem prevenir a mascne
A importância do uso de máscaras de proteção durante a pandemia de Covid-19 é indiscutível. Mas, para quem não estava acostumado ao hábito, elas trouxeram uma consequência indesejada: a acne nas bochechas, queixo e no nariz. Nomeada de mascne por dermatologistas estadunidenses, a condição dermatológica virou a segunda principal razão pela procura de atendimentos durante a pandemia.
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De acordo com a dermatologista Genúcia Matos, o que ocorre é um “efeito oclusivo” durante o uso da máscara. A oclusão, uma espécie de fechamento, acontece porque o uso da máscara gera um ambiente úmido e quente na pele, provocando mais suor - a respiração dentro do tecido funciona quase como um umidificador.
“Isso faz com que a pele comece a sofrer pequenas rachaduras e acaba permitindo a entrada de bactérias que são habitantes normais da pele. Essas bactérias em outras ocasiões não teriam nenhum problema, mas com as fissuras elas passam a se tornar patogênicas”, explica Genúcia, que também é conselheira técnica da Sociedade Brasileira de Dermatologia no Ceará (SBD - Ceará).
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Além disso, o uso estimula a produção de gordura e, consequentemente, a proliferação de bactérias que normalmente habitam a pele humana. A Cutibacterium acnes e a Staphylococcus epidermidis são favorecidas no ambiente gorduroso, suado e levemente fissurado da pele, aumentando a acne nas bochechas, queixo e nariz.
Como evitar
O primeiro de tudo é continuar usando a máscara, assim como orienta a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela é uma estratégia eficaz para se proteger da contaminação do novo coronavírus, transmitido pelo ar. De fato, o uso inadequado das máscaras favorece a mascne. Alguns dos erros comuns apontados pela dermatologista Genúcia é não trocar de máscara a cada quatro horas.
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Além de perigoso por aumentar o risco de contaminação de Covid-19, permanecer com a mesma máscara por mais de quatro horas faz com que o tecido acumule sujeiras. Essas impurezas ficam em contato constante com a pele, reforçando a oclusão.
Dessa forma, é preciso trocar a máscara, hospitalar ou caseira, de quatro em quatro horas. Nos casos das máscaras de tecido, esteja sempre com máscaras extras em um recipiente limpo. Guarde a máscara usada em outro recipiente e lave-a com água e sabão ao chegar em casa. Pendure em local ventilado para secar e retire assim que estiver seca.
O segundo a se fazer é evitar muitos cosméticos, principalmente oleosos. “Aqui no Brasil a gente tem um problema que a brasileira gosta muito de usar cosmético. Somos o terceiro país do mundo na venda de cosméticos, perde para a China e Estados Unidos”, comenta a especialista. A maquiagem excessiva obstrui os poros, diz, assim como pomadas muito grossas.
A dica é priorizar produtos mais leves e não oleosos, como serum, gel e loções. Ainda, como o nariz e a boca ficam cobertos pela máscara, aproveite para fazer maquiagens mais carregadas nos olhos e nas sobrancelhas. Genúcia sugere a consulta com um dermatologista para o tratamento da acne mais intensa, geralmente com antibióticos e anti-inflamatórios.
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No momento da escolha da máscara, a dermatologista também orienta a escolher aquelas de tecido mais leve, sem esquecer das três camadas. “Lavar sempre, para evitar acumular sujeira, suor e oleosidade”, reforça. Ao usar, deve-se evitar de esfregar a máscara no rosto, já que o ato causa fissuras na pele e leva mais produtos aderidos ao tecido (como sujeira ou maquiagem) à pele.