Assim como outras infecções, Covid-19 pode acelerar queda de cabelo; saiba o que fazer

Mesmo quem não foi infectado pelo vírus pode sofrer o processo de queda capilar por causa do ao período da quarentena

Além das sequelas já conhecidas, como problemas pulmonares, o novo coronavírus - Covid-19, pode resultar na queda de cabelo. Conforme informações divulgadas, nesta quinta-feira, 20, pela Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional Ceará (SBD-CE), a infecção desequilibra o ciclo capilar e acelera o processo de perda dos fios.

De acordo com órgão, o paciente pode perceber a queda de cabelo em cerca de três meses após ter contraído a doença. A sequela, no entanto, dura geralmente o tempo equivalente a 12 semanas e não é exclusiva da doença, podendo ser causada por outras infecções, depois de cirurgias ou até mesmo durante gravidez.

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Janaína Bezerra, médica dermatologista e diretora da SBD-CE, explica que situações como essas provocam um estresse que influencia diretamente no ciclo capilar. A especialista ainda afirma que, no caso da Covid-19, pode ter outros elementos que impactam processo, mas que ainda não foram descobertos porque a doença é “nova”.

Como acontece o processo de queda

Segundo médica, um ciclo capilar normal passa por três etapas. A primeira é a fase conhecida como anágena, onde os fios nascem e passam por um processo de crescimento. A segunda é a catágena, onde existe uma espécie de transição que prepara o cabelo para a queda, e a terceira é a telogénea - etapa em que ocorre a perda dos fios.

Janaína afirma que esse processo ocorre de maneira natural ao longo do ano. Acontece que, quando o corpo passa por um estresse provocado por viroses ou situações como as apontadas acima, a fase catágena (de preparação) é abreviada e a telogéna (onde ocorre a queda) é acelerada.

Esse processo de intensificação da queda é conhecido como eflúvio telógeno. A médica ainda afirma que, em caso de pessoas calvas, a perda pode ser ainda mais significativa pelo fato de apresentar maior impacto e ser visivelmente mais notada.

Como fazer nessa situação?

A médica informa que esse processo de queda, quando causado por um fator "inesperado", tende a terminar geralmente em três meses. No entanto, ela aconselha que pacientes devem buscar manter uma alimentação saudável e que não precisam mudar o ritmo da lavagem do cabelo, pois a perda dos fios ocorre "de qualquer maneira".

Em caso de não ser observada uma regeneração dentro do período estabelecido, assim como ser notada uma queda mais intensificada, a especialista aconselha que o paciente busque um especialista. " A primeira coisa é procurar um médico, para que ele passe um tratamento", indica.

A quarentena pode influenciar?

Mesmo quem não foi infectado pelo vírus pode sofrer o processo de queda capilar devido ao período da quarentena. Segundo Janaína, esse período de isolamento e incerteza pode influenciar questões hormonais, que resultam na perda dos fios.

Isso acontece porque sentimentos como estresse podem desequilibrar o nível de cortisol no organismo. O aumento desse hormônio, responsável por funções como o controle da pressão arterial, contrai os vasos sanguíneos e restringe a nutrição celular, prejudicando a saúde dos fios. 

 

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