Prometendo higienizar produtos, "Cabine de Luz Ultravioleta" chega a unidades de supermercardo em Fortaleza
As máquinas foram instaladas ainda nesta semana e fazem parte de um conjunto de medidas inovadoras de higiene adotadas pela rede no combate ao novo coronavírusA "Cabine de Luz Ultravioleta" da rede de supermercados Carrefour chegou às duas unidades da empresa que estão localizadas em Fortaleza. O equipamento, antes visto apenas em lojas de São Paulo, tem a função de higienizar compras por meio de radiação e promete reduzir os riscos de contaminação pelo novo coronavírus nesses espaços, de acordo com informações repassadas pela rede.
Segundo empresa, as máquinas foram instaladas ainda nesta semana e fazem parte de um conjunto de medidas inovadoras de higiene adotadas pela rede no combate a doença. Em lojas de São Paulo, por exemplo, estão sendo testados métodos como puxadores de acrílico para abertura de geladeiras, painel de identificação dos clientes e câmera térmica para testar temperatura.
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O equipamento é novidade para os supermercados cearenses que - em sua grande maioria, utilizam metodologias básicas de higienização para evitar a disseminação do vírus. Apesar disso, a rede Carrefour alertou que a máquina é apenas um "complemento" de hábitos - como o uso de álcool gel, máscaras e distanciamento físico, que devem seguir sendo adotados nos estabelecimentos.
Como funciona a cabine e sua eficiência
O processo de higienização ocorre logo após a compra. Segundo empresa, os itens são depositados na máquina e o equipamento começa a emitir radiação vinda da luz ultravioleta, que deve penetrar nas células de vírus, bactérias e outros micro-organismos e destruir ou modificar suas proteínas.
De acordo com Roberto Vinhaes, professor do departamento de física da Universidade Federal do Ceará (UFC), o comprimento muito pequeno da luz ultravioleta é o que faz com que esse processo ocorra, pois o coronavírus tem um tamanho médio que gira em torno de 120 nanômetro e - dessa maneira, seu organismo pode ser alcançado pela radiação.
Quanto à comprovação de que o método funciona contra o novo coronavírus, o docente afirma que um estudo publicado em junho deste ano pela revista cientifica Nature, mostrou que a luz UVC (de baixa frequência) elimina até 99,9% dos vírus da família do corona, para um tempo de exposição de 25 minutos da superfície contaminada.
Apesar de garantir que "algo parecido deve ocorrer com o Sars-CoV-2", o especialista informa que estudos seguem em andamento para comprovação desse fato. Em relação ao equipamento, Roberto afirma que seu funcionamento vai depender de fatores como o tamanho da superfície, a potência da lâmpada e o tempo de exposição do objeto.
Caso os alimentos sejam expostos a ondas muito intensas, por exemplo, podem ter sua estrutura e seu sabor prejudicados. "Além disso, o manuseio (da luz) requer extremo cuidado pois o risco de acidentes é grande", complementa o professor.