Tratamento precoce com hidroxicloroquina para Covid-19 é ineficaz, conclui pesquisa
Os pesquisadores concluíram que o medicamento é ineficaz no tratamento de sintomas leves e precoces da Covid-19A hidroxicloroquina é ineficaz para o tratamento precoce de pacientes com sintomas leves de Covid-19, conclui pesquisa publicada nessa quinta-feira, 16, na revista médica acadêmica Annals of Internal Medicine. A pesquisa foi conduzida em 423 participantes não hospitalizados e confirmados, suspeitos ou com exposição direta à Covid-19 nos Estados Unidos (EUA) e Canadá. O objetivo era verificar se a hidroxicloroquina poderia ser utilizada como um tratamento precoce para o coronavírus, a fim de reduzir internação e futuras mortalidades.
Para isso, os pesquisadores separaram de forma aleatória os pacientes que receberiam a hidroxicloroquina e os que receberiam um placebo - uma substância sem efeito farmacológico. No caso do Canadá, a lactose foi utilizada como placebo. De acordo com a pesquisa, nenhum dos participantes ou dos médicos sabia quem tomava a hidroxicloroquina ou o placebo. Afinal, ambos os compridos eram oblongos brancos em frascos opacos.
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Dessa forma, evita-se parcialidades no tratamento. No caso dos pacientes, não saber quem toma o placebo ou o remédio suprime a possibilidade de desenvolver melhoras físicas por força psicológica, ou seja, por acreditar que vai melhorar. Esse fenômeno é o chamado efeito placebo. Já no caso dos médicos, evita-se que eles alterem o tratamento por saber que o paciente está ou não sendo medicado com determinada substância.
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Resultados e efeitos colaterais
Estatisticamente, o desenvolvimento da Covid-19 nos pacientes com placebo e com hidroxicloroquina foi a mesma. Dos que estavam tomando o placebo, oito foram hospitalizados por Covid-19 e um morreu na unidade de saúde. Para os que tomavam a hidroxicloroquina, quatro foram hospitalizados e um morreu - este não estava hospitalizado.
Ainda, os pesquisadores explicaram que os efeitos colaterais foram mais comuns naqueles que tomavam a hidroxicloroquina durante cinco dias. Dos participantes, 31% relataram sentir dor de estômago e náusea e 24% dor abdominal, diarreia ou vômito. “Não observamos associação entre a presença de efeitos adversos e a dos sintomas [da Covid-19]”, reforça o estudo.
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“Reduzir a gravidade dos sintomas e diminuir as hospitalizações para pacientes ambulatoriais é uma importante estratégia de mitigação da saúde pública para superar essa pandemia”, escreve o líder do estudo, Caleb Skipper. “Em conclusão, a descoberta de terapias eficazes contra a Covid-19 permanece crítica”, conclui.