Mesmo com protocolo sanitário, Igreja Batista de Fortaleza decide não retomar atividades presenciais

Restrições impostas pelo decreto estadual fizeram com que a instituição adiasse o retorno das atividades

18:59 | Jun. 27, 2020

Por: Leonardo Maia
Engajamento de fieis tem ocorrido mesmo sem celebrações presenciais (foto: Arquivo IBC Fortaleza/divulgação)

A Igreja Batista Central de Fortaleza decidiu manter a realização de suas atividades de forma virtual, mesmo com protocolo sanitário que permite a retomada gradual das celebrações. A instituição argumentou que o grande número de fiéis que frequentam o local, cerca de cinco mil a cada encontro, impossibilita que as medidas sanitárias sejam cumpridas.

“Queremos muito retomar as celebrações presenciais de grande ajuntamento, mas neste momento temos muitas razões para sermos pacientes e aguardar”, afirmou igreja em nota. Desde o início do decreto que determinou o isolamento social no Estado, os fiéis puderam acompanhar mais de 150 horas de programação online.

Em entrevista ao O POVO neste sábado, Aristides Ulhôa, um dos pastores da igreja, disse que a instituição não tem pressa para que os encontros presenciais sejam retomados. Ele explicou que, mesmo sem as celebrações presenciais, a comunidade continua engajada. “A gente entende que a igreja é mais que um encontro formal em um local e horário estabelecido”, disse.

Ele considerou que a pandemia tem dado oportunidade para que a igreja siga crescendo. Com as transmissões online, pessoas de fora de Fortaleza e até de outros países tem acompanhado as celebrações, segundo o pastor. Com a crise do novo coronavírus, as redes sociais da instituição receberam incremento de mais de 250 mil visualizações.

Ulhôa ressaltou ainda que os grupos com menor número de fiéis, que reúnem pessoas da mesma vizinhança, por exemplo, continuam se reunindo à distância, por meios de ferramentas gratuitas. O líder religioso disse que um dos grupos que tem crescido durante o isolamento social é o que recebe pessoas com transtorno de ansiedade, considerado por ele um dos principais efeitos da pandemia.

“Se a gente não pode se confraternizar e estar junto, preferimos não voltar”, ponderou. O pastor considerou que as restrições impostas ainda tornam o acolhimento pela internet, por meio de ferramentas como o WhatsApp, mais eficazes que o encontro presencial — com obrigação de máscara e distanciamento social.