Com expectativas para a reabertura, restaurantes adotam medidas de higiene e distanciamento
Funcionando apenas com serviços de retirada ou delivery, os estabelecimentos esperam se adequar ao cliente pós-pandemia. Expectativa é de que plano continue na segunda fase em Fortaleza a partir da próxima segunda-feira, 22A segunda fase do Plano de Retomada Responsável das Atividades Econômicas e Comportamentais, que tem previsão de início no próximo dia 22 de junho em Fortaleza, trará a volta dos atendimentos presenciais em restaurantes com diversas medidas como horário reduzido de serviço e com novas regras de convivência. Os cuidados marcam o começo de um retorno do setor que precisou se reinventar para sobreviver em meio a crise ocasionada pelo novo coronavírus.
Para o diretor-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Ceará (Abrasel), Taiene Righetto, o cliente pós-pandemia terá um receio na retomada as refeições fora de casa. Não irão permanecer no espaço por tanto tempo e sempre observará os cuidados e a quantidade de pessoas no estabelecimento. À exemplo, o novo perfil deve estar presente nos restaurantes com serviços de self-service: tais restaurantes costumam ter um fluxo intenso de pessoas e é um dos mais demandados durante o novo horário de funcionamento dos serviços que, caso seja aprovada a próxima fase, funcionarão das 9 às 16 horas.
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As novas medidas
Para se adaptar ao cliente, a Abrasel instaurou algumas medidas para a retomada nos estabelecimentos. A exemplo dos self-services, os restaurantes manterão recipientes de álcool em gel em pontos estratégicos; as filas manterão uma distância entre os clientes orientadas por funcionários; além da utilização de luvas ao colocarem a comida no prato, sendo descartadas após o uso. Todas essas e outras orientações que serão aplicadas seguem recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as medidas já em vigor do decreto de isolamento social no Ceará.
Entre as medidas no espaço dos restaurantes, há a redução de 50% da capacidade de clientes e a recriação dos formatos das mesas que agora deverão obedecer dois metros de distância entre elas. E apenas duas pessoas por mesa, com distanciamento de um metro entre as pessoas da mesma mesa. Pratos e talheres não serão mais colocados na mesa antes da comida chegar e o privilégio da ventilação natural do ambiente e a preferência com pagamentos por cartão ou por aproximação também devem ser instaladas. As mesas e cadeiras dos clientes deverão ser higienizadas após cada refeição e o controle da entrada e da saída dos clientes também deverão permanecer pós pandemia, através de tapetes de higienização e evitando a presença de pessoas com sintomas como febre e tosse no ambiente.
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As orientações para os funcionários mantêm o uso da máscara e a troca a cada 4 horas de expediente ou sempre quando necessário, além do uso do uniforme apenas no local de trabalho. Atualizar os funcionários sobre a situação da pandemia no Ceará e no Brasil para evitar fake news também estão presentes entre as novas mudanças à exemplo de designar um funcionário diariamente para repassar as informações aos colegas.
As medidas visam a reabertura de uma forma responsável para não acontecer alterações no Plano, que depende da redução da taxa de contaminação do vírus em na Grande Fortaleza e no Interior. No último sábado, 13, o governador Camilo Santana (PT) anunciou que Fortaleza segue na primeira fase do plano até o próximo domingo, 21, enquanto regiões do interior do Estado seguirão na fase de transição.
“Retroagir é pior que não abrir os estabelecimentos. Se retrocedermos, será uma série de custos e prejuízos que podem inviabilizar outros negócios", explica Taiene que expõe uma melhora gradual do setor alimentício nos meses de novembro e dezembro deste ano e uma volta plena em 2021. “Será uma retomada lenta e baixa. Temos visto nos demais estados que os restaurantes que abriram nesse momento obtiveram 20% a 30% da receita esperada.”
Caso a Capital avance para a Fase 2, Taiene explica que não serão todos os restaurantes da Cidade que irão reabrir para consumo no local e estima menos da metade dos estabelecimentos para a fase. "Vamos retomar fundamentalmente para atender trabalhadores que estão retomando ao trabalho e precisam se alimentar. Temos que ter muita cautela quando se fala na retomada. Não são 100% dos estabelecimentos e vamos abranger pessoas que precisam almoçar", diz. Ainda há dúvidas sobre a reabertura de consumo no local para restaurantes instalados em supermercados ou em shoppings, por exemplo. Segundo o diretor-executivo, a expectativa é de que esses estabelecimentos retornem junto à cadeia da Fase 2.
Delivery deve permanecer como tendência em restaurantes
A particularidade do setor alimentício trouxe a necessidade da readaptação de uma forma mais intensa, o que inclui novas formas de vender. O delivery foi uma delas e não pretende sair tão cedo, como informa Taiene. "Independentemente da pandemia, o serviço já vinha acontecendo e cresceu muito mais na pandemia devido à necessidade".
Os restaurantes da Rede Geppos em Fortaleza sempre tiveram o foco no atendimento presencial, como conta o proprietário da Rede, Crica Geppos. Com a pandemia, os serviços precisaram ser reinventados para o delivery e para as retiradas em loja pelo cliente. O serviço, que antes representava 5% do faturamento triplicou a renda dos restaurantes.
"O delivery e os serviços to go [para retirada] passaram a ser a nossa única fonte de receita e intensificamos a divulgação nas redes sociais. Nós já tínhamos o serviço e o intensificamos com a pandemia", explica Crica. Os restaurantes precisaram fazer medidas como a suspensão de contratos e férias antecipadas para alguns funcionários. O provável retorno fez os estabelecimentos trabalharem em um protocolo com mais de 50 medidas de combate a contaminação da doença.
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Treinamentos estão sendo realizados com os funcionários para se adaptar aos clientes, que encontrarão algumas mudanças nos restaurantes da Rede: os colaboradores sempre tomarão banho no local ao chegarem para o expediente e atenderão os clientes com equipamentos de proteção individual, como luva, álcool em gel e a face shield. O distanciamento de mesas, a higienização de cardápios presenciais e a ampliação dos cardápios digitais também estão previstas para o novo consumidor.
"Acreditamos que muitas pessoas mudaram os seus hábitos e precisamos entender, acompanhar e, se possível, antecipá-los. Teremos pessoas com diversos tipos de comportamentos e vamos orientá-las", informa Crica.