Secretaria confirma que Fortaleza superou pico, mas alerta para risco de segunda onda de Covid-19

Afirmações foram feitas com base em dados divulgados por meio de boletim epidemiológico nesta sexta-feira, 12 de junho

A Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS) apontou nesta sexta-feira, 12 de junho, que segundo os dados mais recentes, se confirma que o pico da pandemia de novo coronavírus na Capital foi superado. A pasta reforça, porém, que um novo surto da doença ainda pode ocorrer na Cidade, a depender da continuidade das medidas restritivas e das ações de isolamento.

As análises foram feitas com base em dados divulgados por meio de boletim epidemiológico nesta sexta-feira, 12. Em estudos anteriores, a pasta afirmava que a redução de casos deveria se manter crescente até pelo menos dia 19 de junho para ser possível delimitar com exatidão quando o pico da doença teria ocorrido.

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De acordo com o novo levantamento feito pela SMS, o pico — ou seja, período de maiores registros de casos e óbitos por coronavírus durante a pandemia —, teria ocorrido em Fortaleza nos meses de abril e maio. A pasta reforça que a redução ocorrida após esse período é fruto das medidas de isolamento e que a ausência destas pode gerar um novo surto da doença em Fortaleza. “Interrupção ou reversão da tendência de declínio de casos e óbitos ainda poderá ocorrer por fatores externos, como àqueles relacionados às Taxas de Isolamento Social”, explica o informe.

As estatísticas levam em conta a média diária de casos registrados a cada semana, num período chamado de semana epidemiológica (SE). No informe da SMS, as maiores médias da doença em Fortaleza foram registradas entre as semanas do dia 19 de abril a 9 de maio e do 3 a 30 de maio. Neste primeiro intervalo, a média diária de casos chegou ao máximo já registrado — foram 739 novos casos por dia. Já entre 3 e 30 de maio, foi alcançada a maior média de mortos por dia durante, com 82 óbitos diários. As informações são baseadas em dados oficiais e não tem como levar em consideração possível subnotificação, tanto em casos como em mortes.

Os dados referentes a primeira semana de junho, a 23º SE da infecção, expõem média diária de 102 novos casos e de 30 novas mortes por coronavírus na Capital. O estudo pontua ainda que nesta última semana, foram apontados mil registros a menos de casos suspeitos da Covid-19 com relação a última semana de maio. Além disso, a quantidade de mortes que estavam sendo investigadas por suspeita de coronavírus em Fortaleza apresentou redução de 83%, saindo de 294 óbitos investigados para 48.

Atualmente, Fortaleza acumula 30.210 casos confirmados, 2.848 mortes por coronavírus. Nas últimas 24 horas, foram três mortes pela doença na Capital, segundo dados da plataforma IntegraSUS, atualizada pela Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) às 17h48min de hoje, 12. A cifra é naturalmente defasada, já que o número de mortos é confirmado com atraso de até 15 dias. 

Os casos suspeitos em Fortaleza somam 28.703. O boletim epidemiológico do Município, porém, pontua que mesmo assumindo 41% de positividade para estes casos, a curva da doença em Fortaleza continuaria em declínio. Atualmente, este é o índice de confirmações em testes na Capital realizados no Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen-CE), responsável por analisar a maior parte dos exames feitos pela rede pública. 

A taxa apresentada pelo Lacen, na última semana foi a de 41%, usada no levantamento, porém, o estudo pontua que essa taxa tem apresentado uma redução contínua. Na semana anterior, ela marcava 55%. O dado ajuda a dimensionar o índice de testagem numa localidade; quanto menor o percentual de positivos, menos possivelmente subnotificada é a doença. A SMS lembra ainda que durante o pico da doença a taxa de positividade dos exames feitos no Lacen era de 80%. Ou seja, a cada 10 exames, 4 confirmam a infecção, contra 8 durante o platô da doença.

O boletim epidemiológico frisa que apesar da proximidade das datas, ainda não traça uma análise dos efeitos das fases de reabertura adotadas em Fortaleza. O período de incubação do vírus, o tempo necessário para surgirem os primeiros sintomas e as pessoas procurarem as unidades de saúde, bem como o tempo requerido para fazer a coleta e análise dos teste de diagnóstico para coronavírus interferem na avaliação. Deste modo, o estudo destaca que os efeitos da reabertura somente poderão ser mensurados com exatidão no fim da próxima semana.


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