Confira a movimentação em Fortaleza no primeiro dia da Fase 1 de reabertura do comércio

A partir de hoje mais de 69,2 mil pessoas estão autorizadas a voltar a trabalhar na Grande Fortaleza; O POVO circulou por algumas regiões da Capital e traz registros das movimentações nesta segunda-feira

Começou nesta segunda-feira, 8, a 1º fase do Plano Responsável de Abertura das Atividades Econômicas e Comportamentais na Capital após uma semana em fase de transição. A partir de desta segunda-feira, 8, mais de 69,2 mil pessoas estão autorizadas a voltar a trabalhar na Grande Fortaleza.

A primeira fase contempla 18 setores da indústria, serviços e comércio já liberados anteriormente - com aumento de 10% de funcionamento, passando agora para 40% da força de trabalho total. A exceção fica com os shoppings, que também retornam suas atividades hoje, mas com 30% da capacidade. 

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Apesar da retomada, ainda estão proibidas aglomerações. O POVO circulou por algumas regiões da Capital e traz registros das movimentações nesta segunda-feira. 

Terminal da Messejana

 

Sem lotações, o fluxo de ônibus e de passageiros continua no terminal. Para adentrar nos veículos, é necessário estar obrigatoriamente de máscara - o monitoramento do uso do equipamento e do distanciamento social entre os passageiros enquanto esperavam o ônibus estava sendo realizado por profissionais do local.

No entanto, O POVO apurou que ainda há demora na espera dos ônibus. Passageiros relataram esperarem até 45 minutos para uma viagem. A vendedora Anatália Sales Pessoa voltou a trabalhar nesta segunda-feira após dois meses e meio afastada e sente-se receosa nesse primeiro retorno. "O vírus ainda tá por aí no mundo, mas com cuidado estamos voltando". Diariamente ela costuma pegar dois ônibus para chegar ao trabalho, no Centro de Messejana, e faz parte dos 40% liberados para retorno ao mercado de trabalho no setor onde trabalha. 

Para outros a mudança não é tão drástica, como para Nilcelene Alberto. Com a pandemia, a vendedora de roupas passou a marcar entregas no terminal e não paralisou suas atividades desde então -  sua renda é a única da casa onde mora com o marido e as duas filhas. "No começo tava fraco, não estava vendendo nada. Mas depois deu certo. Nunca parei não. Tinha que me arriscar porque eu tinha que comer", justifica-se, informando que teve o auxílio negado pelo governo. 

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Para dar conta desta demanda, a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) informou que o transporte público funcionará com 70% da frota de um dia útil convencional. 

Centro de Fortaleza

 

A retomada desta segunda-feira impacta, principalmente, o comércio do Centro de Fortaleza - local que costuma ter grande fluxo econômico do Estado. Com a reabertura gradual de algumas lojas, filas foram registradas nos arredores dos estabelecimentos. Os clientes esperam fora da loja para entrarem nos locais e não há distanciamento social entre a maioria.

Alguns estabelecimentos estão variando o fluxo de clientes entre 100 e 360 pessoas ao mesmo tempo, de acordo com a capacidade do local. Há medição de temperatura para entrar nas lojas e os profissionais estão utilizando Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). 

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A Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) vem atuando no local com equipes fixas na Praça do Ferreira, na Guilherme Rocha e perto do Theatro José de Alencar. Rondas com um veículo também estão sendo realizadas pelo bairro.

Tânia Oliveira é gerente de uma loja de roupas na Capital. Após 80 dias sem trabalhar, os funcionários retornaram nesta segunda-feira sob escala semanal: 50% dos funcionários vêm em três dias alternados, enquanto o restante fica em casa e alterna com os outros 50%. Dentre as medidas de cuidado, a gerente cita o distanciamento social entre os clientes, limite de pessoas dentro da loja e disponibilização de álcool em gel. "Treinamos todos os funcionários e também criamos uma comitiva interna de prevenção", diz.

O empreendedor Glailson Martins tem um ponto de venda na rua Guilherme Rocha. Hoje é a primeira vez que ele retorna ao mercado desde o último dia 18 de março, um dia antes do primeiro Decreto de isolamento social no Estado. Glailson considera o movimento intenso e favorável para compras devido ao início do mês e já realizou algumas vendas hoje. "Comércio hoje tá bom demais. Tá todo mundo gastando", comemora.

É a primeira vez da cearense Nájila Santos no Centro após a reabertura. "Eu acho que é muito desnecessário e devia ter continuado do jeito que estava. É como se tivesse voltado ao normal, mas sem seguir as regras do Ministério da Saúde", diz. Nájila morava em Sobral, mas veio para a Capital no último dia 18 de abril devido a preocupações com a família, que reside em Fortaleza, em consequência do novo coronavírus. Desempregada, veio até o Centro atrás de uma vaga no mercado de trabalho e distribuiu currículos nas lojas do bairro nesta manhã. 

Com informações do repórter Italo Cosme

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