Com seis mortes e 43 casos suspeitos, Lar Torres de Melo enfrenta pico da doença
Quatro idosos permanecem hospitalizados. Instituição deve passar a ser monitorada pela Prefeitura de Fortaleza, por causa dos registros no local
22:40 | Mai. 24, 2020
Instituição de Fortaleza que acolhe 194 idosos, o Lar Torres de Melo registra seis mortes em decorrência do novo coronavírus, e 43 casos suspeitos da doença. De acordo com nota divulgada pela entidade, neste domingo, 24, o primeiro óbito ocorreu ainda no dia 8 deste mês e os idosos com suspeitas de infecção pelo vírus permanecem em isolamento. Devido aos registros de pico de casos no local, a instituição será monitorada pela Prefeitura.
De acordo com nota, são 11 mortes registradas até o sábado, 23, mas cinco dessas não foram em decorrência da Covid-19, como apontam resultados de exames realizados. A instituição informa ainda que quatro idosos permanecem hospitalizados e 39 já se recuperaram da patologia.
A entidade conta com Plano de Contingência para tratamento da Covid-19, contendo “protocolos diários de verificação tanto para os idosos quanto para os funcionários”. Além disso, atividades foram criadas para que os impactos psicológicos e emocionais provocados pela pandemia sejam minimizados. Os idosos acolhidos pela instituição falam com seus familiares por meio de chamada de vídeo e recebem, entre outros, sessões específicas de terapia ocupacional e atendimento psiquiátrico.
O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), afirmou no último dia 14 que a Prefeitura passaria a monitorar a instituição devido ao pico da doença no local. O setor de geriatria da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) visitou a entidade e deve iniciar ações de “apoio e combate a proliferação da Covid-19 no lar”, contratando profissionais da saúde para atuarem no local.
Desafios enfrentados
Liduína Donato, gerente-geral da instituição, lista como principais desafios enfrentados pela entidade o pouco recurso financeiro e o número limitado de funcionários. De acordo com a gerente, muitos colaboradores apresentaram sintomas da Covid-19 e tiveram que ser afastados.
Ela afirma que a Prefeitura ainda não realizou a contratação de profissionais da saúde para auxiliar instituição, como prometido por prefeito. “Apenas falaram, mas nada concreto”, aponta Liduina.
Atualmente, a entidade realiza ações com campanhas específicas voltadas para a sociedade, como live visando arrecadação de alimentos, e solicita auxílio aos poderes públicos estadual e municipal.
De acordo com a gerente, uma das principais preocupações é quanto ao fornecimento de Equipamento de Proteção (EPIs) para os funcionários. “Recebemos testes e equipamentos de proteção individual, mas em número insuficiente. Estamos comprando com os poucos recursos próprios”, afirma.