Auxiliares e técnicos de enfermagem são maiores vítimas de Covid-19 entre profissionais de saúde

Classe representa 50% do número de óbitos e 30% dos casos confirmados de infecção por coronavírus entre profissionais de saúde

07:33 | Mai. 19, 2020

Por: Alan Magno
A taxa de letalidade, atualmente, é de 2,6%. (foto: Aurelio Alves/O POVO)

Auxiliares e técnicos de enfermagem são parcela da classe de profissionais de saúde mais afetada pelo novo coronavírus. Representam 50% do número de óbitos, com 6 das 12 ocorrências no Estado e 30% dos casos confirmados de Covid-19 entre os profissionais do setor. É incluído no levantamento qualquer profissional que esteja trabalhando em área correlata à atuação das unidades de tratamento dos pacientes com a doença. Os dados são da  plataforma IntegraSUS e partem de informações recolhidas e atualizados pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), divulgadas às 23h56min desta segunda-feira, 18 de maio.


Dos 4.453 casos confirmados da doença dentre as 50 classes de trabalhadores do setor de saúde identificadas pelo levantamento, auxiliares e técnicos de enfermagem registram 1.338 casos. O número é quase o dobro da próxima classe de profissionais afetada, os enfermeiros, que registram 736 ocorrências. Médicos aparecem em terceiro lugar, com 707 casos. 


Dentre as mortes registradas na classe, o número de óbitos entre auxiliares e técnicos de enfermagem supera em cerca de 18% a quantidade de médicos mortos e em 42% o número de óbitos em outras duas categorias que também registraram óbitos: enfermeiros e de biotecnólogos, que apresentam uma morte cada.


No Estado, o primeiro caso de profissional da área da saúde infectado por coronavírus foi registrado em 1º de fevereiro. A taxa de infecção na classe começou a crescer a partir do dia 23 de março, quando o acumulado de casos dos profissionais infectados ultrapassou os 100 registros, chegando a 108. O primeiro óbito ocorreu mês passado, no dia 10 de abril.


Ao total foram realizados 12.080 testes em profissionais da área da saúde para detecção do novo vírus e 3.279 profissionais conseguiram se curar da doença. 


Fortaleza é o epicentro da pandemia de Covid-19 no Ceará, sobretudo na contaminação entre profissionais da saúde. Município apresenta 70% dos casos do Estado, o equivalente a 3.151 ocorrências. Além da Capital, Caucaia registra 184 casos, Iguatu tem 44 casos e Itapipoca com 18, todos com uma morte registrada.