Ampliação do uso da cloroquina pode provocar mortes em casa, diz Mandetta

Ex-ministro diz último mês da gestão de Teich foi "perdido", e que Pais só viveu 1/3 da crise

A ampliação do uso de cloroquina para pacientes com quadro leve de Covid-19 pode elevar a pressão por vagas em centros de terapia intensiva e provocar mortes em casa por arritmia. É o que afirma o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. A mudança de protocolo é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e foi recusada pelo também ex-ministro Nelson Teich

Mandetta pondera que resultados iniciais de estudos que recebeu ainda no governo já indicavam riscos no uso do medicamento. “Começaram a testar pelos [quadros] graves que estão nos hospitais. Do que sei dos estudos que me informaram e não concluíram, 33% dos pacientes em hospital, monitorados com eletrocardiograma contínuo, tiveram que suspender o uso da cloroquina porque deu arritmia que poderia levar a parada [cardíaca].”

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

Para o ex-ministro, os idosos tendem a apresentar as maiores complicações, o que pode gerar mais pressão ainda nos sistemas de saúde. "Se todos os velhinhos tiverem arritmia, vão lotar o CTI, porque tem muito mais casos de arritmia que complicação de Covid. E vou ter que arrumar CTI para isso, e pode ser que morra muita gente em casa com arritmia", avalia.

Esse risco foi que teria levado Mandetta a adotar a orientação de usar a cloroquina apenas para os casos graves em hospital. Fora do hospital, o uso do medicamento fica sob conta e risco do médico assistente.

"Um ministério ausente"

Sobre a rápida passagem de Nelson Teich no Ministério da Saúde, Mandetta analisa que "este último mês foi perdido, sem nenhuma ação positiva por parte do ministério." 

Pressão para retomada econômica

A pressão de Bolsonaro pela cloroquina seria, na visão de Mandetta, uma tentativa de estimular o retorno das pessoas ao trabalho. Ele considera, porém, que o País atravessou até o momento apenas 1/3 da crise e deverá ter pelo menos mais 12 semanas “duras” adiante.

O ex-ministro pontua que a situação mais complexa hoje esteja no Pará. “É um estado que provavelmente vem agora com um número muito alto de casos, dobrando muito rápido e com sistema de saúde que vai ter que se desdobrar", projeta.

 

 

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

mandetta cloroquina mortes mortes em casa cloroquina riscos cloroquina ampliação cloroquina coronavirus coronavirus Brasil casos coronavirus no Ceara casos coronavirus sintomas coronavirus idosos coronavirus tratamento coronavirus no Ceara covid-19 covid-19 no Ceara

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar