Se testes forem como desejado, vacina contra Covid-19 poderá estar pronta em setembro
Pesquisa começou os testes em humanos na primeira semana de maioMais de 100 projetos de produção de vacinas contra Covid-10 já iniciaram no mundo, dos quais, oito estavam em fase de ensaios clínicos até o dia 11 de maio. Um desses é a pesquisa desenvolvida pelos centistas da Universidade de Nova York (NYU), da farmacêutica multinacional Pfizer Inc. e da alemã BioNTech.
Segundo a Pfizer, em entrevista à emissora americana NBC, a vacina pode ficar pronta em setembro de 2020, considerando que os testes em humanos seguirão como desejado. Iniciado no começo de maio, o ensaio clínico avalia a eficiência de uma vacina que carrega o código genético do vírus, chamado de RNA, e reprograma o patógeno da Covid-19.
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“É provavelmente o jeito mais rápido de conseguir uma vacina para parar a pandemia”, afirmou a líder da pesquisa na Pfizer, Kathrin Jansen. "O RNA mensageiro é algo que o corpo produz normalmente. É uma coisa nova, mas na verdade não é algo muito diferente do que o corpo faz por si", completa Mark Mulligan, chefe de doenças infecciosas da NYU.
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Por outro lado, o codiretor do Centro Hospitalar de Crianças para o Desenvolvimento de Vacinas do Texas na Universidade de Baylor afirmou à NBC que até o momento nenhuma vacina de RNA foi licenciada, por só funcionarem em testes em animais de laboratório.
Isso não significa que o método deixe de ser promissor. De acordo com o doutor Tiago Sampaio, do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Universidade Federal do Ceará (UFC), a abordagem é “inovadora” e já tem sido utilizada no tratamento de alguns tipos de cânceres.
Desenvolvimento de vacinas
O especialista explica que a estratégia mais tradicional de desenvolvimento de vacinas envolve injetar o microorganismo morto ou inativado, ou partes de proteínas dele, em uma pessoa saudável. A partir daí, o sistema imunológico será apresentado ao patógeno sem o perigo de contrair a doença e irá produzir anticorpos.
No entanto, há uma maneira mais moderna de estimular a produção de anticorpos, utilizando o próprio RNA do vírus. “Na biologia, o RNA funciona como se fosse uma "receita" de como as células devem atuar para sintetizar as proteínas”, ilustra Tiago.
“Quando se injeta pedaços do RNA do vírus em indivíduos saudáveis, ele vai ser reconhecido pelas células da pessoa, que vão começar a produzir pedaços de proteínas virais. Essas proteínas vão ser reconhecidas pelo sistema imunológico, que vai gerar uma proteção duradoura [pelos anticorpos]”, afirma.
Com informações da NBC.