Juntos pelas ONGs: campanha arrecada doações para 12 entidades beneficentes
Articulação do Movimento Ceará ComVida, com instituições sem fins lucrativos e empresas do terceiro setor, deve chegar a cerca de11 mil vulneráveis
Na linha de frente do combate à pandemia do novo coronavirus, Organizacões Não Governamentais(ONG's) cearenses enfretam dificuldades financeiras para manter quadro de funcionários e ajudar as comunidades mais veneráveis do Estado. Para minimizar os impactos, o Movimento Ceará ComVida articulou a campanha "Juntos pelas ONG's", com instituições sem fins lucrativos e empresas do terceiro setor, a fim de arrecadar fundos e ajudar cerca de 11 mil indivíduos vivendo em vunerabilidade. As doações podem ser feitas através de plataforma de financiamento coletivo, disponível no site www.cearacomvida.org.
Contadora especializada em Terceiro Setor, Socorro Cândido frisa a necessidade de honrar com os compromissos trabalhistas dos funcionários das entidades. Além de comprar alimentos para distribuição e equipamentos de Proteção Individual(EPIs) para atuação. Socorro reforça o impacto da atuação das ONG's ao contar 18 comunidades a serem beneficiadas neste momento com o projeto.
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"As instituições precisam pagar as contas de energia, água, aluguel, telefone, pessoal. Essas entidades estão com dificuldades porque foram fortemente atingidas, assim como o setor privado. O poder público se voltou para atender as demandas da saúde e as doações diminuiram também por parte das empresas. Nosso objetivo é contribuir para que essas entidades continuem abertas", avalia a contadora.
A campanha Juntos pelas ONGs fica disponível pelos próximos 30 dias. A expectativa é de que as instituições beneficiadas deem contrapartidas aos beneficiários, com ações de cultura e formação dentro dos campos de atuação. Essa é a primeira etapa da articulação. Na proxima, afirma Socorro Cândido, outras entidades devem ser contempladas.
Para a organização da campanha, o Instituto Povo do Mar reservou uma conta bancária para receber as doações. As outras 11 organizações assinaram termo de compromisso. Entre os acordos está um plano operativo, onde se comprometeram com o que devem gastar, o valor a ser investido e o compromisso para transparência das despesas no site da campanha.
Fabrini Andrade, diretora do Instituto Povo do Mar, lamenta a redução das doações nesse momento de pandemia. A ONG atua no Grande Vicente Pinzón, uma das áreas mais afetadas pela Covid-19 em Fortaleza. Ela cita a distribuição de 800 refeições diárias aos vulneráveis. O trabalho é feito por 16 funcionários e dez voluntários. Além das ações de logística, que envolvem cozinheiros e motoristas, por exemplo. Além disso, Fabrini conta que a cada 15 dias há entrega de cestas básicas e kits de higiene.
"A gente está conseguindo se manter com outros doadores. Há uma vakinha online, onde outros parceiros, como Ifood, têm nos ajudado bastante. Nesse cenário, em que as pessoas não podem sair de casa, a gente teve de criar soluções digitais para as pessoas contribuírem", diz.
"Essa ação é criada por pessoas que integram o terceiro setor para ajudar o próprio terceiro setor. Nós até agora não contamos com nenhum decreto do Poder Público para nos ajudar. Se a gente parar, os trabalhos nas comunidades também param. Somos nós quem chegamos na ponta, nós quem fazemos os trabalhos nas comunidades", protesta.
Além do Instituto Povo do Mar, outras entidades beneficiadas com as doações serão: Associação Nossa Casa, Associação Voar, Casa de Vovó Dedé, Estação da Luz, Grupo de Educação e Estudos Oncológicos (Geeon), Instituto Beatriz e Lauro Fiúza (IBLF), Integrasol, Lar Beneficente Clara de Assis, Associação O Semeador, Recanto Sagrado Coração e Tapera das Artes.