Bolsonaro garante mudar o protocolo de uso da hidroxicloroquina para tratamento de coronavírus ainda nesta sexta, 15

Atualmente, a recomendação de uso do medicamento é para tratamento apenas de casos graves da Covid-19

14:31 | Mai. 15, 2020

Por: Gabriela Almeida
Bolsonaro torna a defender uso de hidroxicloroquina em casos de Covid-19 e afirma mudar protocolo (foto: Alan Santos / PR)

O presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) tornou a defender a utilização da hidroxicloroquina no tratamento do novo coronavírus, a Covid-19, e afirmou que vai mudar o protocolo de uso do medicamento ainda nesta sexta-feira, 15. Afirmação foi dada na manhã de hoje, horas antes do pedido de demissão feito pelo ministro da saúde Nelson Teich ser divulgado. A informações são do jornal Correio Braziliense.

“É direito do paciente. O médico na ponta da linha é escravo do protocolo. Se ele usa algo diferente do que está ali e o paciente tem alguma complicação ele pode ser processado", afirmou Bolsonaro, após garantir que mudaria protocolo ainda hoje. Atualmente, a recomendação de uso do medicamento é para tratamento apenas de casos graves da Covid-19. 

A hidroxicloroquina é um medicamento utilizado no Brasil desde os anos 1950, sendo indicada para o tratamento de doenças como artrite reumatóide, lúpus e malária. O uso do remédio, no entanto, pode causar efeitos colaterais como arritmia e infarto. Mesmo com a possibilidade de riscos para pacientes, Bolsonaro tem realizado aparições públicas defendendo o uso da cloroquina, afirmando ter escutado "médicos, pesquisadores e chefes de Estado de outros países" sobre a eficácia do medicamento. 

No entanto, o uso do medicamento em casos graves da doença foi comprovado como "ineficaz" por testes realizados na China e na França, publicados nesta sexta. De acordo com pesquisadores, a hidroxicloroquina não elimina o vírus mais rapidamente do que os tratamentos padrões em pacientes e não reduz significativamente a probabilidade de um infectado precisar de tratamento intensivo. Os efeitos colaterais do medicamento são ainda classificados como "mais importantes" no estudo chinês.

Editores do O POVO comentaram nesta semana a fritura de ministros pelo presidente:

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