Pelo menos seis governadores anunciam que não vão permitir reabertura de salões e academias

Camilo Santana (PT) afirmou que "nada altera" o atual decreto estadual em vigor no Ceará. Nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro publicou medida que enquadra salões de beleza, barbearias e academias como "atividades essenciais"

Governadores de pelo menos seis estados do Brasil afirmaram que não vão seguir o decreto de Bolsonaro sobre a consideração de salões de beleza, barbearias e academias como atividade essencial. Ceará, Maranhão, Bahia, Pará, Espírito Santo e Rio de Janeiro continuam com as respectivas medidas de isolamento social em vigor. João Doria, chefe do Executivo estadual de São Paulo, confirmou que vai avaliar a questão e anunciar decisão nesta terça-feira, 12.

O posicionamento dos governadores é apoiado em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que deu autonomia a estados e municípios na restrição de locomoção. Determinação foi feita pelo ministro Marco Aurélio Mello no dia 24 de abril, ao editar a MP 926.

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Camilo Santana (PT) afirmou que "nada altera" o atual decreto estadual de isolamento rígido em vigor no Ceará. Já Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão, ironizou o decreto assinado por Jair Bolsonaro: "O próximo decreto de Bolsonaro vai determinar que passeio de jet ski é atividade essencial?". Dino afirmou que "nada muda até o dia 20", data que termina o atual decreto maranhense de lockdown, assim como no Ceará.

O governador Rui Costa (PT), da Bahia, afirmou, pelo Twitter, que "A Bahia vai ignorar as novas diretrizes do Governo Federal". O chefe do Executivo baiano disse ainda que manterá o "padrão de trabalho e responsabilidade". Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo, disse que o estado também continuará com seu próprio decreto, sem mudanças.

Helder Barbalho (MDB), do Pará, outro estado com lockdown, também é contrário à decisão de Bolsonaro. "Reafirmo que aqui no Pará essas atividades permanecerão fechadas".

A assessoria do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), informou ao jornal Folha de S. Paulo que continuará com "medidas regionais".

Decreto foi surpresa para Ministério

Questionado se a decisão havia passado por ele, o ministro da Saúde, Nelson Teich respondeu que "Não. Não passou. Isso aí não é atribuição nossa. É do presidente". O ministro ainda demonstrou surpresa quando jornalistas o informaram da notícia: "Saiu hoje?". Os três setores agora tem resguardado o exercício e o funcionamento a despeito das medidas de distanciamento social.

 

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