Feito no Ceará, protótipo de capacete de respiração assistida pode auxiliar tratamento de pacientes com coronavírus
O equipamento, batizado de Elmo, tem baixo custo e visa minimizar o avanço de dificuldades respiratórias
20:07 | Mai. 06, 2020
Protótipo de capacete de respiração assistida produzido no Ceará foi finalizado e entra em fases de testes ainda nesta semana. O equipamento, batizado de Elmo, tem baixo custo e visa auxiliar no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus.
O protótipo do Elmo foi desenvolvido e testado em laboratórios do Instituto Senai de Tecnologia, da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec). O processo de desenvolvimento do material contou com a colaboração de pesquisadores e especialistas do Senai, da Fiec e da Universidade Federal do Ceará (UFC), assim como da Escola de Saúde Pública (ESP), da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) e da Universidade de Fortaleza (Unifor).
O equipamento foi idealizado para funcionar como um "mecanismo de respiração artificial não invasivo", minimizando o avanço de dificuldades respiratórias em pacientes com a Covid-19 e evitando que o paciente chegue a ser intubado. O material deve custar cerca de R$ 300 por unidade, apresentando um valor bastante inferior ao de uma maquina de ventilação mecânica, que pode custar cerca de R$ 70 mil.
Com a finalização do protótipo, o modelo é testado em voluntários e será avaliado pela Comissão de Ética e Pesquisa da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) para poder entrar em fase de ensaio clínico, sendo utilizado em pacientes com insuficiência respiratória pela Covid-19 no Hospital Leonardo da Vinci, em Fortaleza. O modelo cearense aguarda ainda registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com o pró-reitor-adjunto de Pesquisa e Pós-Graduação da UFC, Rodrigo Porto, a criação do Elmo representa a “união de grandes atores de formação acadêmico-científica do Ceará e da indústria” e irá beneficiar o sistema público de saúde. Porto ainda considerou a idealização do equipamento como um “marco na pesquisa cearense” e destacou a importância do investimento em ciência e tecnologia. “Fica como uma lição para a sociedade brasileira de que esse investimento nunca foi em vão”, afirmou.