"Nesse momento ninguém está pensando em flexibilizar nada", declara Teich sobre isolamento

O ministro afirmou, no entanto, que está sendo criada uma diretriz sobre o assunto, a ser divulgada para governadores e prefeitos

23:14 | Abr. 30, 2020

Por: Matheus Facundo
Ex-ministro Nelson Teich é a segunda testemunha ouvida pela CPI da Covid (foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Durante coletiva sobre as ações de enfrentamento ao coronavírus no Brasil, nesta quinta-feira, 30, o ministro da Saúde Nelson Teich mudou o tom do seu discurso sobre relaxamento das medidas de isolamento. "Nesse momento ninguém está pensando em flexibilizar nada", declarou, sobre o cenário de escalada de casos da doença no País.

O ministro afirmou, no entanto, que está sendo criada uma diretriz sobre o assunto. "Ninguém está pensando em relaxamento. A gente está criando uma diretriz, o que é completamente diferente. Nesse momento ninguém está pensando em flexibilizar nada. A gente só está desenhando um projeto e uma diretriz", pontua. Teich havia anunciado plano de relaxamento do isolamento no dia 22 de abril.

De acordo com Teich, a matriz já estaria pronta e deve ser apresentada primeiro a governadores e prefeitos, "sem colocar isso na mídia agora". O ministro indicou que a diretriz será utilizada para suscitar discussões entre os gestores.

Mortes e ampliação do isolamento

Na coletiva, Nelson Teich defendeu a decisão de ampliação do isolamento social pelos governos do Amazonas, de São Paulo e do Rio de Janeiro. O titular da Saúde ainda reconheceu a gravidade da curva de crescimento de óbitos e casos no País, que teve novo recorde de confirmações nesta quinta-feira, 30.

O Brasil chegou a 85.380 casos confirmados de Covid-19, causada pelo novo coronavírus. São 7.218 novos casos, novo recorde em um único dia. Há ainda 5.901 mortes registradas até esta quinta-feira, 30 de abril (30/04). São 434 mortes a mais que na véspera.

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O ministro da Saúde falou na possibilidade de o País poder vir a registrar mil mortes por dia. "Hoje a gente está perto de 500 mortes, 400. O número de 1.000, se estivermos num movimento, num crescimento significativo da pandemia, é possível acontecer. Não quer dizer que vai acontecer. A gente tem que acompanhar a cada dia para ver o que está acontecendo para tomar as decisões".

O distanciamento social, segundo Teich, permanece como orientação primordial no País. "Nesse momento temos uma definição clara: o distanciamento permanece como orientação. Vamos avaliar cada lugar, região, cidade. Como está evoluindo a curva, qual é o recurso que cada cidade tem para tratar as pessoas. Isso é o que vai definir como se vai caminhar", pontua.