Sindicato denuncia falta de máscaras para trabalhadores terceirizados de hospitais

Segundo relatos, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) não estão sendo distribuídos de maneira adequada para terceirizados

O Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação, Locação e Administração de Imóveis Comerciais, Condomínios e Limpeza Pública do Estado do Ceará (Seeaconce) recebeu mais de 200 denúncias (Capital e interior do Estado) de trabalhadores terceirizados de instituições de saúde (hospitais, postos de saúde). Eles dizem não estar recebendo os equipamentos de proteção individual (EPIs) de maneira adequada.

Segundo o sindicato, as máscaras N95, ideais para a proteção ao novo coronavírus, estão sendo distribuídas prioritariamente aos médicos e enfermeiros, com os terceirizados nem sempre tendo acesso a esse tipo de máscara. O sindicato também admite que a responsabilidade por essa distribuição é das empresas terceirizadas que prestam serviço às unidades de saúde. Essas empresas dizem estar com dificuldade para encontrar os EPIs no mercado.

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Os terceirizados, que entram em contato direto com pacientes e ambientes infectados pelo vírus, muitas vezes somente recebem máscaras comuns de proteção, que possuem menor proteção. Há também relatos que os funcionários somente recebem uma dessas máscaras durante o expediente, que devem ser trocadas a cada duas horas, de acordo com recomendações das autoridades de saúde.

A Secretaria de Saúde do Ceará foi oficiada pelo Seeaconce, que também enviou ofício à Prefeitura de Fortaleza, mas não obteve resposta até o momento. Uma denúncia também foi enviada à procuradoria federal do Trabalho, que fará uma reunião com o Seeaconce na próxima semana.

No dia 13 de abril, o maqueiro Francisco César Bernardo da Silva, que prestava serviço ao Instituto José Frota, faleceu devido a complicações causadas pela Covid-19.

O presidente da Seeaconce, Josenias Gomes, reconhece a dificuldade do momento, mas cobra por melhorias nas condições de trabalho dos empregados. “Sabemos que a aquisição deste material máscara como álcool gel está difícil no mercado nacional e no internacional, mas o que não pode é os trabalhadores serem submetido a uma situação de mais risco ainda para sua saúde no dia a dia nesse serviço, tanto na capital quanto no interior”, disse.

O Instituto José Frota, por meio de sua assessoria de comunicação, afirma que não houve qualquer carência do fornecimento de EPIs para seus funcionários, que “contam com treinamento para o uso correto e seguro dos itens”. O IJF também disse que a disponibilização dos materiais de trabalho para os prestadores de serviço terceirizados do hospital é responsabilidade das empresas contratadas e que não há qualquer relato de irregularidade da entrega de tais equipamentos, inclusive ao funcionário que veio a falecer por complicações da Covid-19.

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), através de sua assessoria de comunicação, informou que os profissionais do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e do Hospital César Cals, citados nas denúncias, recebem e utilizam os EPIs de maneira adequada, de acordo com recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde.

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