Com 12,6% de redução, Ceará tem terceira maior queda no consumo de energia no Nordeste
As informações comparam o período entre 18 de março e 10 de abril com as semanas de 1º a 17 de março, antes do início do isolamento social para conter a Covid-19
11:23 | Abr. 24, 2020
O Ceará registrou a terceira maior redução proporcional de consumo de energia do Nordeste durante esta quarentena, com redução de 12,6%. Os dados foram apurados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). As informações são preliminares e comparam o período entre 18 de março e 10 de abril com as semanas de 1º a 17 de março, antes do início da quarentena. No contexto nacional, a indústria automotiva teve a queda mais expressiva no consumo de energia.
O decreto estadual que estabeleceu o isolamento social no Estado para tentar conter o coronavírus foi assinado no dia 19 de março. No período analisado antes da quarentena, o Ceará teve consumo de 1.703 megawatts (MW) médios. Com o isolamento social, o número foi para 1.487 MW médios.
No Nordeste, Alagoas teve a maior redução proporcional de consumo de energia, desde que as medidas de isolamento social para contenção da Covid-19 começaram a vigorar no País, com redução de 14%, para 579 MW médios. Em seguida está Sergipe, com 13% de queda no consumo médio. O Maranhão foi o único a registrar um aumento no consumo médio de 2%.
Como se deu o estudo
O levantamento leva em consideração a demanda do mercado cativo, em que o consumidor compra energia diretamente das distribuidoras, e a do mercado livre, que permite a escolha do fornecedor e a negociação de contratos.
A comercialização de energia no Brasil é realizada em duas esferas de mercado: o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e o Ambiente de Contratação Livre (ACL). Todos os contratos, sejam do ACR ou do ACL, têm de ser registrados na CCEE, e servem de base para a contabilização e liquidação das diferenças no mercado de curto prazo.
No País, a queda no consumo de energia no Sistema Interligado Nacional entre os dias 18 de março e 10 de abril foi de 10%. Já no Ambiente de Contratação Livre (ACL), a queda foi de 14%. No Ambiente de Contratação Regulada (ACR), a demanda diminuiu 9%, queda menor pela redução da continuidade do consumo da classe residencial.
A indústria automotiva foi o segmento da economia que teve a maior queda no período, de 53%. Já o têxtil apresentou redução de 40%. Em seguida, está o o setor de serviços, com redução de 34%. Manufaturados reduziram a demanda em 26%, enquanto o setor de minerais não-metálicos e o comércio tiveram queda de 19% e 13%, respectivamente.
O que é a CCEE
A CCEE é responsável por viabilizar e gerenciar a comercialização de energia elétrica no País, garantindo a segurança e o equilíbrio financeiro deste mercado. A CCEE é uma associação civil sem fins lucrativos, mantida pelas empresas que compram e vendem energia no Brasil.
O papel da CCEE é fortalecer o ambiente de comercialização de energia - no ambiente regulado, no ambiente livre e no mercado de curto prazo - por meio de regras e mecanismos que promovam relações comerciais sólidas e justas para todos os segmentos do setor (geração, distribuição, comercialização e consumo).
Confira as reduções médias registradas pelos Estados no consumo de energia elétrica
Alagoas, redução de 14% (671 MW para 579 MW)
Sergipe, redução de 13% (540 MW para 468 MW)
Ceará, redução de 12,6% (1.703 MW para 1.487 MW)
Pernambuco, redução de 12% (2.256 MW para 1.975 MW)
Paraíba, redução de 11% (799 MW para 711 MW)
Bahia, redução de 8% (3.571 MW para 3.282 MW)
Rio Grande do Norte, redução de 7% (772 MW para 715 MW)
Piauí, redução de 4% (510 MW para 490 MW)
Maranhão, aumento de 2% (971 MW para 988 MW)