Novo ministro da Saúde: conheça Nelson Teich, substituto de Mandetta

Novo ministro da Saúde, Nelson Luiz Sperle Teich já presidiu o Grupo Clínicas Oncológicas Integras (COI) entre 1990 e 2018 e foi consultor da área da saúde na campanha de Bolsonaro à Presidência em 2018

22:37 | Abr. 16, 2020

Por: Redação O POVO
Nelson Teich, ex-ministro da Saúde, prestou depoimento na CPI da Pandemia (foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Formado em Medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e especialistas pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), o novo ministro da Saúde do Governo Bolsonaro, Nelson Teich, que substitui o demitido Luiz Henrique Mandetta, mantém boas relações com empresários do setor da saúde e tem apoio da classe médica. Atualmente, sócio da Teich Health Care, uma consultoria de serviços médicos, ele assume o cargo em meio à crise da pandemia do coronavírus e debates calorosos entre a pasta da Saúde e o chefe de Estado.
Nelson Luiz Sperle Teich já presidiu o Grupo Clínicas Oncológicas Integras (COI) entre 1990 e 2018 e foi consultor da área da saúde na campanha de Bolsonaro à Presidência em 2018. Ele chegou até a ser cotado como Ministro da Saúde à época.
O oncologista que será empossado no lugar de Mandetta já escreveu artigos em que defende o isolamento horizontal e aponta fragilidades do isolamento vertical - modelo defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. Nelson elogiou a atuação do agora antecessor e disse, em pronunciamento nesta quinta-feira, que não haverá mudança bruscas e defende conciliar saúde e emprego.

Nelson Teich: novo ministro da Saúde e a defesa do modelo atual

Em três artigos publicados na plataforma LinkedIn nos dias 18 de março, 24 de março e um 3 de abril, Teich abordou especificamente a questão da pandemia do coronavírus. No primeiro, o médico faz uma defesa da telemedicina. É nesse artigo inicial em que consta o elogio à atuação do Mandetta frente à crise.
"Impossível falar sobre o problema da Covid-19 no Brasil e não comentar a atuação brilhante do ministro Luiz Henrique Mandetta. Excepcional condução, tranquilidade, equilíbrio, eficiência e enorme capacidade de comunicar de forma clara com a sociedade", escreveu.
No segundo artigo, ele defende a necessidade de se conseguir o máximo de informações possível sobre a doença, para "rever diariamente a realidade, os cenários, as projeções e as ações". Esse segundo texto traz as ideias mais alinhadas às que Bolsonaro têm defendido publicamente, incluindo a necessidade de projeções sobre o coronavírus levarem em consideração "o impacto de uma crise econômica nos níveis de saúde e mortalidade da população".
Sobre a necessidade de se olhar a crise pelo aspecto econômico ou da saúde, ele afirmou: "Não me coloco aqui como alguém que defende um lado ou outro, na verdade é o oposto, não pode existir lado".
Em seu texto mais recente sobre o tema, ele se coloca explicitamente em favor da adoção do isolamento horizontal, "onde toda a população que não executa atividades essenciais precisa seguir medidas de distanciamento social, é a melhor estratégia no momento". O médico ainda aponta fragilidades do isolamento vertical, defendido pelo presidente, em que apenas pessoas de grupos de risco ficam em casa.
"Sendo real a informação que a maioria das transmissões acontecem à partir de pessoas sem sintomas, se deixarmos as pessoas com maior risco de morte pela covid-19 em casa e liberarmos aqueles com menor risco para o trabalho, com o passar do tempo teríamos pessoas assintomáticas transmitindo a doença para as famílias, para as pessoas de alto risco que foram isoladas e ficaram em casa", explicou. "O ideal seria um isolamento estratégico ou inteligente. Vamos falar sobre isso mais à frente", prometeu.

Nelson Teich: o novo ministro da Saúde e o uso da cloroquina

Ainda nos textos publicados em seu LinkedIN, Nelson Teich classificou a cloroquina como esperança no tratamento da Covid-19, mas não se posicionou sobre a forma como o medicamento deve ser usado. Em 2016, ao site Medscape, ele havia criticado a liberação da venda da fosfoetanolamina, que ficou conhecida como "pílula do câncer", mas disse que o uso de substâncias sem eficácia comprovada é direito do paciente.

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Com Agência Estado