Bebida alcóolica deve ser restringida na quarentena por coronavírus, diz OMS
Entidade recomenda que governos apertem regras para o consumo, que pode reduzir imunidade e prejudicar saúde
12:00 | Abr. 15, 2020
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou aos governos a limitação da venda de bebidas alcoólicas durante a quarentena. Segundo a entidade, o álcool reduz a imunidade e seu consumo excessivo pode prejudicar a saúde física e mental e elevar o risco de violência doméstica durante confinamentos. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com a seção europeia da OMS, as bebidas não protegem contra o novo coronavírus, uma resposta a declarações do presidente de Belarus. Alexander Lukashenko recomendou vodka contra a Covid-19 numa entrevista ao jornal britânico The Times.
“Medo e desinformação geraram um mito perigoso de que bebidas com alto teor alcóolico podem matar o coronavírus. Não matam”, afirma o comunicado da OMS.
Segundo a entidade, além de qualquer bebida alcoólica ter potencial de danificar a saúde, as mais fortes podem até matar. O produto é responsável por 3 milhões de mortes por ano no mundo, um terço delas na Europa.
A OMS também alerta que as bebidas reduzem a imunidade, podendo elevar os riscos de doenças em geral. “Por isso, as pessoas devem minimizar o consumo de álcool particularmente durante a pandemia.”
Outro efeito preocupante é o estímulo a comportamentos de risco. O álcool pode fazer as pessoas reduzirem as precauções necessárias contra a transmissão do coronavírus. “Pessoas com tendência ao consumo abusivo estão especialmente vulneráveis, principalmente em autoisolamento”, diz o comunicado.
Segundo a OMS, regulações já existentes, como idade mínima e proibição de publicidade, deveriam ser elevadas e reforçadas durante a pandemia. O órgão também recomenda aos governos que fortaleçam os serviços ligados ao abuso de álcool e drogas e reforcem campanhas de informação sobre os riscos.