Pessoas se aglomeram em filas de bancos no Centro de Fortaleza em meio à pandemia de Covid-19
Recomendações de autoridades de saúde pública e sanitária são de evitar aglomeração por risco de contágio do novo coronavírus, que até o momento já infectou mais de mil pessoas no CearáAtualizada em 8/4/20, às 8 horas
Corriqueiras a cada começo de mês em tempos outros, as aglomerações de pessoas em bancos continuam a acontecer durante a pandemia do novo coronavírus. Contrariando as recomendações das autoridades de saúde pública e sanitária de todo o mundo, grupos foram flagrados em filas para acessar instituições financeiras no Centro de Fortaleza nesta quarta-feira, 7.
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Pela manhã, as agências do Bradesco (na rua Barão do Rio Branco) e da Caixa Econômica Federal (na Praça do Ferreira) registraram essas reuniões. O ato, porém, vai de encontro aos alertas que objetivam evitar o contágio da Covid-19, que somente no Ceará já contaminou 1.114 pessoas, levando a óbito 35 delas.
Presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra conta que foi criado comitê de crise para garantir o atendimento à população ao mesmo tempo que garanta condições de trabalho e de saúde para os funcionários das agências durante a pandemia. “Esse comitê funciona todos os dias recebendo denúncias, encaminhando medidas e protocolos em relação às obrigações necessárias para realizar atendimentos”, diz.
“O sindicato não tem poder de negociação com as pessoas que se aglomeram na porta da agências para fora. Enviamos ofício para o governador (do Ceará, Camilo Santana) antes da publicação do decreto de emergência de saúde, solicitando ampla divulgação sobre a proibição de aglomerações e pedindo medidas de atuação”, complementa.
Conforme o prefeito Roberto Cláudio, fiscalizações devem ser realizadas por órgãos municipais com intuito de conter a reunião de pessoas pelas ruas da Cidade. Segundo RC, Agefis, Autarquia Municipal de Trânsito (AMC), Defesa Civil, agentes de Endemias e a própria Guarda Municipal devem prestar esse serviço de orientação da população a partir desta quarta-feira, 7.
Ainda pela manhã, O POVO entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública e Serviço Social (SSPDS) e com a Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) para saber sobre medidas contra aglomerações, como nesses casos das agências bancárias. Apesar da declaração do prefeito Roberto Cláudio, a GMF informou que essa não seria sua atribuição.
Em nota, a SSPDS informou que tem repassado para representantes de agências bancárias sobre a necessidade de manter distância entre as pessoas nas filas dentro e fora dos estabelecimentos para evitar aglomerações. Em caso de aglomerações fora das agências, o Sindicato dos Bancários do Ceará denuncia as ocorrências ao Estado.
No entanto, Camilo Santana chegou a enviar ofício para a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) cobrando que as agências organizem as filas e adotem medidas para evitar a propagação do Coronavírus. Na manhã desta quarta-feira, 8, ele se reunirá com prefeitos cearenses e deve discutir sobre ocorrências em agências bancárias.
"A SSPDS ressalta que vem trabalhando incessantemente para conscientizar a população sobre a importância de cumprir o Decreto Estadual n° 33.519", diz a pasta. "Os estabelecimentos que insistam em desobedecer a vigência do decreto durante a pandemia podem ser fechados e os proprietários podem ser conduzidos pelas forças de segurança para as delegacias da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE)".
A secretaria comandada por André Costa declara ainda que "quem desobedecer a orientação policial, pode ser autuado no crime previsto no artigo 286 do Código Penal Brasileiro, por infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa".