Pesquisa: 80% da população acreditam na eficácia do isolamento social no Brasil

Sobre a sugestão do presidente Jair Bolsonaro de limitar o isolamento aos idosos e vulneráveis (isolamento vertical), 60% discordam parcial ou totalmente, enquanto 34% concordam com parte ou com toda a declaração

14:16 | Abr. 03, 2020

Por: Filipe Pereira
Praça do Ferreira durante pandemia de coronavírus em Fortaleza (foto: JULIO CAESAR)

Uma pesquisa realizada pela XP/Ipespe conduzida em março e abril e divulgada nesta sexta-feira, 3, mostra que 80% da população acreditam que o isolamento social é a melhor forma de tentar evitar a contaminação do novo coronavírus. A medida é indicada como a mais eficaz pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter o avanço do vírus.


Sobre a sugestão do presidente Jair Bolsonaro de limitar o isolamento aos idosos e vulneráveis (isolamento vertical), 60% discordam parcial ou totalmente, enquanto 34% concordam com parte ou com toda a declaração. Os mais bem avaliados durante o enfrentamento à crise são os profissionais de saúde. São 87% os que dizem avaliá-los com atuação ótima ou boa.


Entre agentes públicos, Luiz Mandetta e o Ministério da Saúde são os mais bem vistos pela população: 68% têm avaliação positiva e 7%, negativa. Para Paulo Guedes e Ministério da Economia, os números são 37% e 18%, respectivamente. Apesar da aprovação, Mandetta foi criticado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira, 2. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o ministro afirmou que não comenta ações do presidente da República e que, por isso, não pretende rebater as declarações.

Com relação aos impactos da crise na economia, 82% acreditam que serão afetados, sendo que metade da população relata já ter sofrido algum impacto. 62% acreditam que o isolamento acabará em até cerca de 1 mês. Em Fortaleza, para reduzir os impactos na crise das finanças, o prefeito Roberto Cláudio anunciou na manhã desta sexta-feira, 3, o auxílio de R$ 100 para 17.500 trabalhadores autônomos de Fortaleza
A pesquisa ouviu 1.000 entrevistados, entre os dias 30 e 31 de março e 1º de abril. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.