80% dos pequenos negócios do Ceará estão economicamente vulneráveis à Covid-19

Segundo o DataSebrae, 422,7 mil dos 526 mil pequenos negócios do Estado estão em segmentos de alta vulnerabilidade diante da crise do coronavírus

Dos 526.055 pequenos negócios no Ceará, 80% estão em segmentos economicamente vulneráveis à crise do novo coronavírus. O dado é do DataSebrae, que aponta 422.702 pequenos negócios em situação delicada no Estado.

O cálculo só leva em consideração pessoas jurídicas ativas situadas no Brasil e com atividades com fins lucrativos. Por mais vulneráveis, o DataSebrae entende aquelas onde os impactos do coronavírus são mais intensos, como as que não possuem condição de pagar custos de aluguel, matéria-prima ou pessoal diante de uma queda brusca de faturamento.

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Ao todo, maior parte dos negócios em risco estão no varejo tradicional (25%), seguidos pelos ramos da moda (18%), alimentação (11%), construção civil (9%), beleza (9%), oficinas e peças automotivas (5%) e logística e transporte (5%), saúde (4%) e serviços de educação (3%).

Entre o porte das empresas, mais metade dos negócios vulneráveis são da categoria de Micro Empreendedor Individual (62%), seguidos por microempreendedores (35%). Na última segunda-feira, 30, o governador Camilo Santana (PT) anunciou que solicitou a suspensão de impostos estaduais para 295,5 mil micro e pequenas empresas optantes do Simples Nacional.

O alívio tem prazo de 90 dias, mas precisa ser avalizado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Segundo a secretária da Fazenda do Ceará, Fernanda Pacobahyba, a medida terá grande impacto na arrecadação do Estado, mas é importante na questão dos empregos, pois micro e pequenos negócios representam 95% das empresas do Ceará.

De acordo com o DataSebrae, o Brasil tem ao todo 13.161.098 pequenos negócios na mesma situação de vulnerabilidade. No campo nacional, o Ceará é o nono estado do País e segundo do Nordeste – atrás apenas da Bahia, com 736.336 empresas vulneráveis – com o maior número de negócios atingidos pela crise.

No plano nacional, a maioria das pequenas empresas vulneráveis são do grande setor do comércio (5.565.365), seguidas pelas empresas de serviços (5.283.345) e construção civil (1.309.987). Também no início desta semana, o Governo Federal anunciou uma linha de crédito emergencial de R$ 40 bilhões para financiar o pagamento de salário dos próximos dois meses para pequenas e médias empresas.

“O Brasil tem 16,9 milhões de pequenos negócios, equivalentes a 44,3% da massa salarial do país e 29,5% do PIB nacional. Essas empresas estão entre as mais vulneráveis na crise. Agora, esses empreendedores começam a enxergar um horizonte”, diz o presidente do Sebrae, Carlos Melles. (colaborou Thiago Minhoca)

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