Polícia Civil dá dicas de como se proteger de golpes virtuais em tempos de coronavírus
Os golpes são propagados por meio de links maliciosos, via WhatsApp, e-mail e redes sociais, conforme esclarece a Polícia Civil
12:31 | Mar. 31, 2020
Diante do cenário de pandemia e isolamento social, criminosos têm se aproveitado do momento de crise para aplicar séries de golpes virtuais em cidadãos, que agora possuem mais tempo para acessar a internet. Visando dar mais segurança à população, a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) explica os golpes mais comuns nesta época e dá dicas de como se prevenir contra os ataques.
Os golpes são propagados por meio de links maliciosos, via WhatsApp, e-mail e redes sociais, conforme esclarece a Polícia Civil. Conhecida como “phishing” (pescaria, em inglês), a prática consiste na tentativa de adquirir informações, como nomes de usuários, senhas, detalhes de cartão de crédito e até mesmo dinheiro. Os criminosos abordam os cidadãos a partir de comunicação eletrônica, fingindo ser uma entidade confiável.
De acordo com a Polícia Civil, o golpe deixa o usuário vulnerável à exposição e perda de informações, que podem ser utilizadas de maneira maliciosa e ainda prejudicar a reputação da vítima. Com a pandemia de Covid-19, os criminosos passaram a utilizar abordagens variadas.
Entre os golpes mais praticados, estão:
– Agende teste do coronavírus em casa;
– Fabricação de vacina Covid-19;
– Kit gratuito de máscara e álcool em gel dado pelo governo;
– Álcool gel da Ambev. Registre-se;
– Aplicativos rastreadores de doença pelo mundo;
– Netflix: Liberação de acesso grátis;
– Formulário de auxílio emergencial;
– Sites falsos sobre o coronavírus;
– Spoofing de e-mail com links maliciosos (e-mails falsos de hospitais);
Algumas dicas para se proteger desses golpes virtuais são:
– Não faça download de softwares e aplicativos de origem desconhecida;
– Não abra links desconhecidos enviados por e-mail ou aplicativos;
– Habilite a verificação em duas etapas nos aplicativos e e-mails;
– Desconfie sempre e cheque a fonte;
– Não clique em links contidos em SMS, mensagens instantâneas ou em postagens em mídias sociais de pessoas ou organizações desconhecidas, que possuem endereço suspeitos ou estranhos.
Outra medida importante para não cair em golpes é não enviar dinheiro ou valores solicitados por mensagem ou ligação. Certifique-se de quem se trata a pessoa com quem você está em contato para não cair em um golpe.
Golpe da conta do WhatsApp
Segundo a Polícia Civil, outro golpe conhecido e bastante propagado neste período de isolamento social trata-se do WhatsApp clonado. Esse golpe consiste em um contato do criminoso com a pretensa vítima via bate-papo. Geralmente, o criminoso envia um link para o aparelho celular da vítima, fingindo ser de um site de compras ou de uma instituição financeira.
Ao clicar no link, a vítima tem seus dados clonados pelo estelionatário. Em pouco tempo, a sua conta de WhatsApp é bloqueada, e o estelionatário passa a usar o perfil da vítima. Com o acesso, ele entra em contato com a rede de relacionamentos registrada no aplicativo, fingindo ser a vítima, para pedir favores como empréstimos. Assim, acreditando que estão falando com alguém de sua confiança, muitas pessoas transferem o pagamento solicitado sem buscar outra forma de conferir a veracidade da mensagem.
Nessa situação, a Polícia Civil orienta que a população fique atenta ao receber links suspeitos. Para evitar cair em um golpe, é indicado entrar em contato com o amigo por meio de uma ligação telefônica para identificar se a solicitação é da própria pessoa. Outra forma de não cair em golpes é ativar a verificação em duas etapas, um mecanismo de segurança disponível no aplicativo WhatsApp. Dessa forma, qualquer tentativa de verificação de um número de telefone no aplicativo terá de ser acompanhada por um PIN (senha) de seis dígitos, criado pelo usuário. Para a Polícia, essa é a melhor forma de se prevenir contra o golpe.
O delegado Julius Bernardo, da Célula de Inteligência Cibernética do Departamento de Inteligência Policial (DIP) da Polícia Civil, reforça a importância de utilizar a verificação em duas etapas, e chama a atenção para os demais cuidados básicos que evitam o criminoso de ter sucesso em sua investida. “Para aquelas pessoas que receberem mensagens de pessoas conhecidas, solicitando dinheiro, por exemplo, é importante que elas entrem em contato em ligação, para ouvir a voz do usuário da conta e questionar sobre o pedido via mensagem”, recomenda.
A população deve estar alerta e desconfiar do que parece ser muito vantajoso, segundo o delegado titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) da PCCE, Eduardo Tomé. Ele orienta que os cidadãos busquem se certificar em sites de apoio ao consumidor sobre as empresas visadas. “Siga a regra dos três conselhos: Não acredite em propostas mirabolantes, não seja ganancioso ou ingênuo e fique atento sempre, pois o estelionatário se utiliza dessa falta de atenção do cidadão para induzi-lo ao erro e executar seu crime”, pontuou Eduardo Tomé.
Outros cuidados
Caso tenha sido alvo de algum golpe, A Polícia Civil do Ceará (PCCE) orienta a população a registrar um Boletim de Ocorrência (B.O). O registro pode ser feito pela Delegacia Eletrônica (Deletron), através do endereço eletrônico oficial: https://www.delegaciaeletronica.ce.gov.br/beo/
Já para recuperar a conta, o usuário deve enviar um e-mail para support@whatsapp.com. O assunto deve conter a informação “Perdido/Roubado: Por favor, desative minha conta”. No corpo do e-mail, a pessoa deve colocar o número do telefone com o código do país e o DDD da sua cidade, por exemplo, +55 (85) 99999-9999. Ao receber a informação, a empresa irá desativar a conta, que só poderá ser utilizada novamente após sete dias.
Caso o criminoso tenha habilitado a verificação em duas etapas, a vítima deverá reinstalar o aplicativo e digitar códigos aleatórios e em repetidas vezes. Com isso, a conta será suspensa, e depois de sete dias, o usuário receberá um novo SMS com o novo código de ativação.