Ministério alerta para risco do uso de cloroquina sem indicação médica
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ressaltou que é importante que os medicamentos só sejam usados em casos mais complexos
09:37 | Mar. 29, 2020
O Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em casos graves, com pacientes hospitalizados, infectados pelo novo coronavírus. O protocolo prevê cinco dias de uso, em complemento a outras medidas como auxílio para respirar e medicação contra febre e mal-estar.
O ministério, no entanto, alerta para o risco do uso desses medicamentos, que não devem ser administrados fora dos hospitais. Segundo a nota, dentre os efeitos colaterais, estão lesões na retina, prejudicando a visão, e distúrbios cardiovasculares.
Leia também | Anvisa restringe compra de cloroquina e hidroxicloroquina
Médico diz que uso da hidroxicloroquina só é indicado para pacientes com sintomas graves
Em coletiva de imprensa neste sábado, 28, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ressaltou que é importante que os medicamentos só sejam usados em casos mais complexos e não para os pacientes em geral. "Esse medicamento pode dar arritmia cardíaca, pode paralisar a função do fígado. Então, se sairmos com a caixa na mão falando 'pode tomar', nós podemos ter mais mortes por mau uso do medicamento do que pela própria virose", enfatizou.
Apesar de alguns estudos indicarem que os medicamentos podem conter a covid-19, ainda não existem evidencias conclusivas sobre os efeitos das substâncias nesse tipo de tratamento.
Distribuição
Na sexta, dia 27, o ministério começou a distribuição para os estados de 3,4 milhões de unidades dos dois medicamentos para uso em casos graves de infecção pelo novo coronavírus.
Os remédios já são distribuídos pelo Sistema Único de Saúde para o tratamento de malária, que também é uma virose, e de doenças autoimunes (quando o sistema imunológico causa inflamações) como lúpus e artrite reumatóide.