Mais de 150 mil casos de coronavírus: mundo se fecha para tentar conter pandemia
A pandemia já matou mais de 5.700 pessoas em 137 países desde dezembro e o número de contágios é, segundo dados oficiais, de 151.767 infectados.
17:27 | Mar. 14, 2020
O novo coronavírus superou neste sábado os 150 mil infectados em todo o mundo. Estados Unidos, Reino Unido, Colômbia, Rússia e vários países europeus intensificaram as medidas para atenuar o impacto da pandemia de coronavírus, provocando o fechamento de fronteiras e o confinamento de milhões de pessoas.
A pandemia já matou mais de 5.700 pessoas em 137 países desde dezembro e o número de contágios é, segundo dados oficiais, de 151.767 infectados.
Esse balanço, no entanto, oculta o verdadeiro impacto da pandemia a nível mundial, já que os métodos de contagem diferem de um país para o outro. Em países como a Venezuela, onde os primeiros casos foram anunciados, podem colocar o devastado sistema sanitário à prova.
A Espanha, o país europeu junto a Itália onde a pandemia mais aumenta, registrou 1.500 novos contágios nas últimas 24 horas, aproximando-se dos 6.000 infectados, e já tendo 180 mortos.
O governo espanhol, que decretou estado de alerta, abriu um conselho de emergência junto a ministros que continuava reunido neste sábado à tarde. Em Madri, que concentra o maior número de afetados, já anunciou o cancelamento de todos os eventos públicos e fechamento de comércios, exceto os essenciais.
O presidente americano, Donald Trump, anunciou neste sábado que se submeteu no dia anterior ao teste para o novo coronavírus, mas que só terá acesso ao resultado nos próximos dias. A Casa Branca informou neste sábado que passará a verificar a temperatura de todos que tiverem contato próximo com o presidente americano, Donald Trump, e o vice-presidente americano, Mike Pence, como forma de precaução diante da pandemia do coronavírus.
Os EUA, que estremeceu a economia mundial ao proibir essa semana os voos procedentes da Europa por 30 dias, ampliará a medida de suspensão também para o Reino Unido, revelou Trump a jornalistas. O governo britânico, por sua vez, se dispõe a ampliar suas medidas de combate, segundo a imprensa do país.
A Rússia decidiu fechar suas fronteiras terrestres aos estrangeiros no próximo domingo, e a Noruega anunciou o fechamento de portos e aeroportos.
O centro da pandemia hoje é a Europa, segundo a OMS.
A China, país de origem da pandemia, com mais de 3.000 mortes, já registra números diários muito reduzidos de contágio e falecimentos. Neste sábado foram apenas 11 infectados. Na Europa, no entanto, a doença está em plena propagação, com mais de 37.000 casos e ao menos 1.500 mortos, especialmente na Itália e na Espanha.
No entanto, a Covid-19 chega a novos países a cada dia. Nas últimas horas, foram registrados casos em Ruanda e na Guiné Equatorial. O Equador e a Dinamarca lamentaram respectivamente os seus primeiros mortos pela doença.
A Itália, o segundo país com mais mortos depois da China, vive um final de semana de silêncio, com a população isolada em suas casas. Roma e Milão decidiram fechar os seus parques e jardins para evitar aglomerações.
Em todo o planeta, a pandemia deixa as ruas mais e mais vazias, confina em casa milhões de cidadãos e transforma a rotina da população. O cumprimentar com um beijo, o café no balcão do bar, as reuniões de trabalho ou o assistir um filme no cinema se tornam atos cada vez mais impossíveis.
"Nós que estamos acostumados a ver multidões, ver a Puerta del Sol assim é desolador", disse neste sábado Paco Higueras, funcionário de um restaurante no centro de Madri, que trabalha de máscara e luvas.
A fotografia de uma enfermeira italiana, exausta e dormindo em cima do teclado do seu computador se tornou símbolo do esgotamento extremo dos agentes de saúde que trabalham para combater o vírus no norte da Itália.
O diagnóstico do novo coronavírus, que afeta principalmente as pessoas da terceira idade, está provocando uma corrida contra o relógio dos laboratórios que tentam desenvolver uma vacina.
O plano acordado por Trump e os democratas prevê acelerar a distribuição de kits de autodiagnóstico para a população, o que permitiria atualizar rapidamente os números de afetados desse país, atualmente com mais de 2.000 infectados.
Em Paris, locais emblemáticos do turismo como o museu do Louvre ou a torre Eiffel estão fechados. Os franceses comparecerão às urnas no domingo para eleições municipais, apesar da propagação da epidemia. As medidas de segurança e higiene serão intensificadas durante o horário de votação para evitar os contágios.
Na América Latina, a Colômbia anunciou o fechamento das fronteiras com a Venezuela e restringiu a entrada de estrangeiros que tenham estado na Europa e na Ásia. A Venezuela declarou "estado de alerta" após a confirmação dos primeiros casos e o Uruguai decretou emergência sanitária e o fechamento parcial de fronteiras.
No esporte, mais eventos foram cancelados ou adiados. O Giro de Itália de ciclismo e o Grande Prêmio da Austrália de Fórmula 1 foram cancelados nas últimas horas. As dúvidas se concentram sobre a celebração da Eurocopa, prevista para junho e julho em 12 países, e sobre os Jogos Olímpicos de Tóquio, com cerimônia de abertura marcada para 24 de julho.