Eliminação do Brasil: como lidar com a derrota na Copa do Mundo 2022

Psicóloga dá dicas após derrota inesperada no mundial

Depois da derrota do Brasil para a Croácia por 4 a 2 nos pênaltis, em partida válida pela Copa do Mundo no Catar, algumas famílias ainda sentem os resquícios da tristeza, raiva e decepção causadas pela eliminação na sexta-feira, 9 de dezembro.

O bancário Adilson Lucas, 20, por exemplo, revela que o clima na agência onde trabalha era de animação, alegria e confiança. Com a derrota, Adilson diz que se instaurou o desânimo.

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“Alguns colegas seguraram o choro, mas, como tínhamos que voltar ao trabalho, esquecemos isso momentaneamente, 'como se nada tivesse acontecido’. No final do expediente, fiquei bastante desapontado e até hoje levo o sentimento de 'quero mais' toda vez que penso nisso.”

Em casa, quem acompanhava o confronto era o irmão de Adilson, o caçula Victor Nogueira, de 13 anos, e a mãe, Fabiane Santana, ambos na certeza que o Brasil iria golear o país adversário.

“Eu e ela gritávamos em toda chance que o Brasil criava. Quando o Neymar marcou, sem querer quebrei um copo de tanta felicidade. Nunca tinha visto eles [jogadores] perderem tantos pênaltis. Quando acabou, chorei muito, fiquei culpando o Tite por não ter colocado o camisa 10 como primeiro cobrador. Só de lembrar, já vem uma tristeza enorme”, contou Victor. 

Irmãos estavam separados durante o jogo que garantiu a eliminação do Brasil na Copa 2022
Irmãos estavam separados durante o jogo que garantiu a eliminação do Brasil na Copa 2022 (Foto: Arquivo Pessoal/Adilson Lucas)

Análise técnica dos casos

Nos esportes, em essencial no futebol — felizmente ou infelizmente — não é possível medir os resultados.

Conforme observa a psicóloga clínica Marcela Bezerra Dias, o que se tinha era uma alta expectativa por parte da população brasileira de um desempenho favorável devido ao histórico extenso de bons jogos na competição. “As expectativas estão sempre direcionadas para a vitória. Pelos jogadores que temos, pela capacidade técnica de cada um deles, e porque viemos de vários resultados positivos.”

“Além desses fatores, a nossa cultura nos remete a um 'país do futebol'. Temos o rei Pelé”, acrescenta Marcela.

No caso da reação negativa dos torcedores mirins, ela pondera que a perspectiva infantojuvenil é sempre “mais emocional do que a adulta”.

"É fundamental deixar as crianças colocarem em evidência as frustrações, chorarem e expressarem seus sentimentos. Além disso, é papel dos responsáveis conversar com elas, explicar que o futebol é feito de acertos e erros, para que elas compreendam que as derrotas são normais e esperadas diante qualquer contexto em que exista competitividade”, ensina a profissional. 

Todavia, independente da faixa etária, Marcela sugere que as pessoas não encarem o resultado como uma perda, mesmo que isso possa parecer complicado. Pelo bem da saúde mental, ela considera relevante a refelexão sobre o empenho da seleção, e, se possível, fazer uma avaliação racional da derrota.

"Estiveram lá. Deram o melhor. O resultado é imprevisível, e, infelizmente, veio algo desfavorável", conclui.

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