Análise: a eliminação do Brasil na Copa do Mundo em cinco erros
O Esportes O POVO listou cinco erros da eliminação da Amarelinha nas quartas de final do MundialO Brasil caiu nas quartas de final da Copa do Mundo. A seleção brasileira foi eliminada para a Croácia por 4 a 2 nos pênaltis após empate em 1 a 1 nas prorrogações e adiou o sonho do hexacampeonato.
Apesar de ter dominado a reta final da partida e grande parte das prorrogações, o Brasil sofreu o empate na única finalização a gol da Croácia, que levou o confronto para a disputa de pênaltis. O Esportes O POVO listou cinco erros da eliminação da Amarelinha nas quartas de final do Mundial.
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1 – Marcação fraca
O Brasil teve pouca imposição sobre a Croácia com e sem a bola. Os croatas igualaram na posse em boa parte da partida e chegou até a superar os brasileiros em um determinado momento do segundo tempo.
Mesmo com esse equilíbrio, a seleção brasileira não incomodava os adversários, que trocavam passes com tranquilidade, apesar de não finalizarem ao gol de Alisson. Essa forma de se defender com a posse prejudicava a estratégia brasileira, que demorou a marcar de forma mais agressiva. No primeiro tempo, o Brasil teve apenas quatro roubadas de bola contra 12 da Croácia.
A marcação na saída de bola também estava frágil. O Brasil não conseguiu realizar o encaixe com perfeição e a defesa croata conseguia se livrar dos marcadores trocando passes. A pressão pós-perda também não foi eficiente antes da reta final da partida, uma vez que os jogadores brasileiros estavam perdendo a bola e não reagiam para recuperá-la de imediato e permanecer na fase ofensiva para criar chances contra os oponentes.
2 – Grandes chances desperdiçadas
Mesmo com uma partida abaixo em relação aos demais jogos da Copa, o Brasil teve oportunidades de abrir o placar durante os 90 minutos. Neymar e Paquetá foram algum dos atletas que tiveram a chance de balançar as redes, mas pecaram na frente de Livakovic, que foi o nome da Croácia no jogo.
Em um lance, Vinícius Júnior fez tabela com Neymar e estava livre para receber para arrematar a gol. O craque brasileiro, contudo, foi individualista e optou por realizar o giro e chutar travado na marcação.
Ao todo, o Brasil realizou 21 finalizações em 120 minutos, sendo 11 em direção ao gol.
3 – Marcação alta com a vantagem no placar
A persistência trouxe resultados ao Brasil e Neymar marcou um belo gol após ele mesmo iniciar a tabela e concluir driblando o goleiro no último minuto da prorrogação. Contudo, a estratégia de Tite nos 15 minutos finais foi de manter as linhas altas e impedir a Croácia de realizar o jogo de passes.
Entretanto, o gol da Croácia se originou ao time conseguir quebrar a marcação brasileira, que culminou em um contra-ataque onde quatro jogadores croatas enfrentaram quatro defensores brasileiros.
A ideia de Tite era afastar a Croácia do campo de ataque brasileiro e evitar uma possível pressão dos adversários nos últimos minutos. Porém, o momento era de segurar o resultado e baixar as linhas, tendo em vista que os croatas não haviam chutado a gol de Alisson antes de marcar o gol de empate.
E com Antony, Rodrygo e Neymar em campo, a seleção poderia aproveitar os espaços da Croácia para almejar matar o confronto em um eventual contra-ataque.
4 – Manutenção de um volante pendurado
Uma das críticas na eliminação do Brasil contra a Bélgica foi a não realização da falta pelos volantes brasileiros em Lukaku, que deu a assistência para De Bruyne marcar o segundo gol dos belgas em 2018. Naquela partida, o volante Casemiro estava cumprindo suspensão.
Desta vez, Casemiro estava em campo, mas foi amarelado no tempo normal e não foi sacado pelo treinador no intervalo da prorrogação, pois Tite optou por reforçar o meio sacando Paquetá e colocando Fred, mas a outra substituição foi a saída de Militão para a entrada de Alex Sandro.
Com a vantagem no placar, o ideal para a seleção brasileira seria parar qualquer jogada de perigo dos adversários com falta. Essa estratégia poderia resultar em cartões para a equipe. Contudo, as advertências serão zeradas nas semifinais e o time praticamente teria carta branca para dar entradas mais duras.
O lance do gol da Croácia surgiu após Casemiro dar o bote em Modric e a bola sobrar para o jogador rival. Na iminência de uma disputa contra um atleta de alto nível como o camisa 10 croata, Casemiro poderia matar a jogada caso não estivesse amarelado.
Dessa maneira, Fabinho poderia ser uma opção do comandante para evitar não só de correr riscos de perder o volante titular para as semifinais, mas também para proporcionar faltas em lances de perigo.
5 – Neymar nas cobranças de pênalti
O gol sofrido pela seleção foi um balde de água fria, tendo em vista que a Croácia havia alcançado o objetivo de levar a disputa para os pênaltis.
Com o psicológico afetado por possivelmente deixar a vaga que estava nas mãos escapar, o primeiro batedor deveria ser alguém que passasse confiança para os demais companheiros.
Jogador mais maduro da seleção, Neymar lida com a pressão por ser protagonista da Amarelinha desde que jogou a primeira Copa, em 2014, além de possuir bom aproveitamento na marca da cal, e deveria ter iniciado a disputa pelo lado brasileiro. Entretanto, o jovem Rodrygo foi o responsável por abrir as cobranças e desperdiçou o pênalti.
Neymar, que seria o último na disputa, sequer teve a oportunidade de realizar a cobrança. Embora a justificativa fosse por ele ser o atleta que eventualmente cobraria o pênalti mais decisivo, o momento conduzia para que ele fosse o jogador que deixasse os companheiros com mais confiança para a decisão.