Brasil perde para Croácia nos pênaltis e está fora da Copa do Mundo 2022

A seleção brasileira não conseguiu ser eficiente no tempo regulamentar contra os europeus e acabou punida nas disputas de pênaltis. Desta forma, a Canarinho repete a campanha de 2018, quando também foi eliminada nas quartas de final

14:58 | Dez. 09, 2022

Por: Mateus Moura
Brasil e Croácia pelas quartas de final da Copa do Mundo (foto: GABRIEL BOUYS / AFP)

Em jogo repleto de drama, o Brasil perdeu para a Croácia nos pênaltis e está desclassificado da Copa do Mundo no Catar, repetindo o mesmo roteiro da edição de 2018, quando também foi eliminado nas quartas de final. Após um 0 a 0 no tempo regulamentar, a seleção brasileira saiu na frente na prorrogação, com gol de Neymar, mas acabou sofrendo o empate nos momentos finais.

Nas penalidades, a Croácia converteu todas as quatro cobranças possíveis, enquanto Rodrygo e Marquinhos desperdiçaram pelo lado da seleção brasileira. Com a vitória, a seleção europeia agora aguarda o vencedor do jogo entre Argentina e Holanda para conhecer quem enfrentará na semifinal do Mundial.

O jogo

O primeiro tempo entre Brasil e Croácia, embora equilibrado, não teve grandes emoções. Por ser um confronto eliminatório valendo vaga na semifinal da Copa do Mundo, naturalmente ambas equipes apresentaram postura comedida, arriscaram pouco no ataque e não se expuseram na defesa, tornando o confronto morno e pouco empolgante.

Os 10 minutos iniciais foram os melhores da seleção brasileira na primeira etapa. Com velocidade nas transições, o quarteto ofensivo do Brasil, formado por Neymar, Vinícius Júnior, Raphinha e Richarlison, conseguiu confundir o encaixe do sistema defensivo da Croácia e criar alguns espaços próximo a grande área – as melhores chances caíram no pé de Vini Jr, mas o atacante não foi eficiente nas finalizações.

Após esse momento de superioridade brasileira, a Croácia se reorganizou e equilibrou a partida. Apesar de não ter levado perigo algum ao gol defendido por Alisson, a seleção europeia foi eficiente dentro da sua proposta tática, de pressionar a saída de bola da Canarinho, forçando assim erros na construcao de jogo do Brasil, além de manter o controle das ações por meio da posse de bola, sobretudo a partir dos 30 minutos.

Individualmente, jogadores como Neymar e Raphinha tiveram atuações apagada, o que consequentemente refletiu no desempenho do time no quesito criativo. Danilo, improvisado como lateral-esquerdo pelo segundo jogo consecutivo, também não foi bem no primeiro tempo, sendo o principal alvo dos avanços ofensivos da Croácia – que limitaram-se a chegar na linha de fundo e fazer cruzamentos.

O Brasil retornou para o segundo com mais ímpeto no ataque. Em menos de cinco minutos, a seleção conseguiu criar duas oportunidades interessantes que obrigaram o goleiro Likakovic a fazer defesas importantes. Com um minuto no ponteiro, Richarlison recebeu cruzamento rasteiro e finalizou desviando na bola, mas o arqueiro croata defendeu.

No lance seguinte, Vini Jr. aproveitou rebote de chute de Neymar na pequena área, mas bateu fraco e desperdiçou. Nesta jogada, houve reclamação dos brasileiros sobre um possível pênalti cometido pelo jogador da Croácia na origem do lance, porém após revisão do VAR, foi identificado um impedimento.

Para revigorar o ataque do Brasil, Tite colocou Antony no lugar de Raphinha, que não fazia bom jogo. Minutos depois, foi a vez de Vinícius Júnior deixar o campo para a entrada de Rodrygo, companheiro de clube no Real Madrid. Com as mudanças, a seleção ganhou mais volume de jogo, empurrou a Croácia para o seu campo de defesa e passou a pressionar com mais intensidade os europeus.

O domínio do Brasil tornou-se evidente. Sem ser ameaçado na defesa, a Canarinho se sentiu mais confortável para adiantar as linhas e ocupar o campo de ataque com praticamente todos jogadores do time, com exceção dos zagueiros e laterais, que mantiveram posição recuada para dar cobertura aos avanços.

Diante deste cenário, o protagonismo do jogo passou a ser do goleiro croata Likakovic, responsável por diversas defesas difíceis, algumas cara a cara com jogadores brasileiros, como a de Neymar, aos 30 minutos. Lucas Paquetá, aos 34, também teve ótima oportunidade aos 34, em um chute da entrada da área, mas o arqueiro, bem posicionado, defendeu com segurança.

Na reta final do segundo tempo, o Brasil intensificou a pressão. Com Pedro em campo – que substituiu Richarlison –, a Canarinho instaurou uma verdadeira blitz na área croata, com diversas bolas alçadas e tentativas de finalizações. A melhora no desempenho em relação ao primeiro tempo, entretanto, não foi o suficiente para a seleção brasileira furar o bloqueio croata.

Prorrogação

O início da prorrogação não foi fácil para o Brasil. Com dificuldade para infiltrar na área da Croácia, a seleção brasileira não conseguiu impor o mesmo ritmo da reta final do tempo regulamentar.

A seleção europeia, por outro lado, que não havia assustado durante todo o jogo, chegou com perigo aos 12 minutos, quando Petkovic, em linda jogada individual, driblou dois defensores e deu passe na medida para Brozovic. O volante, na entrada da área e sem marcação, chutou por cima do gol, para alívio dos brasileiros.

Quando o primeiro tempo da prorrogação caminhava para o fim, uma jogada genial mudou o rumo da partida. No lance, já aos 15 minutos, Neymar tabelou com Rodrygo e com Paquetá, recebeu dentro da área, driblou o goleiro e chutou tirando de Sousa, que tentou interceptar de carrinho. Um golaço do camisa 10 para euforia de toda torcida brasileira.

Segundo tempo

Com a vantagem no placar, o Brasil voltou para o segundo tempo extra com um cenário confortável, mas o futebol é imprevisível. A Croácia, que não havia conseguido levar perigo durante a maior parte de todo confronto, conseguiu empatar o jogo em um momento onde a seleção brasileira tinha o controle das ações. Aos 11 minutos, Modric tocou no meio para Vlasic, que abriu a bola na esquerda com Orsic. O atacante cruzou rasteiro para Petkovic, que pegou de primeira. O chute ainda desviou em Marquinhos antes de estufar as redes. Com o empate, o duelo precisou ser decidido nos pênaltis.

Pênaltis

  1. Vlasic (gol)
  2. Rodrygo (perdeu)
  3. Majer (gol)
  4. Casemiro (gol)
  5. Modric (gol)
  6. Pedro (gol)
  7. Orsic (gol)
  8. Marquinhos (perdeu)

Croácia classificada (4x2)