Fifa permite itens arco-íris e protestos contra o Irã nos estádios da Copa no Catar
Torcedores poderão expressar apoio à comunidade LGBTQIA+ com camisetas, bandeiras e outros símbolos. Faixas com "Mulheres, Vida, Liberdade" e fotos de Mahsa Amini também serão liberados
11:30 | Nov. 30, 2022
A Fifa autorizou alguns gestos de apoio aos manifestantes no Irã e itens com arco-íris nos estádios da Copa do Mundo do Catar. Torcedores poderão expressar apoio à comunidade LGBTQIA+ com camisetas, bandeiras e outros símbolos sem serem incomodados pelos seguranças. Faixas com "Mulheres, Vida, Liberdade" e fotos de Mahsa Amini também serão liberados.
Em resposta fornecida à AFP após as denúncias submetidas na plataforma de reclamações da entidade, a organizadora da Copa detalhou as mensagens que serão autorizadas em relação aos protestos contra o Irã. "A FIFA autoriza mensagens de promoção dos direitos humanos e a posição da FIFA é que 'Mulheres, Vida, Liberdade' e o nome ou retrato de Mahsa Amini estão autorizados nos estádios", informou a entidade.
"Por outro lado, de acordo com as regras da FIFA sobre objetos proibidos para espectadores, aqueles que incluam mensagens políticas, ofensivas ou discriminatórias estão proibidos. Isso também se aplica a bandeiras de países não oficiais, que podem ser consideradas uma mensagem política", acrescenta.
Segundo informações da agência de notícias alemã DPA, a Fifa já havia pedido às autoridades do Catar e ao comitê organizador da Copa do Mundo que permitissem as cores do arco-íris nos estádios. No gramado, entretanto, a utilização da braçadeira "One Love" não será permitida.
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Repressão contra as mulheres no Irã
O Irã registra protestos em todo o país desde setembro deste ano em favor dos direitos das mulheres, que sofrem grande repressão no atual regime de governo. As manifestações foram desencadeadas pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, que estava sob custódia da “polícia da moralidade”. A jovem foi presa por "uso inadequado" do véu islâmico, obrigatório no Irã. Na última terça-feira, 22, as autoridades iranianas relataram a morte de mais de 300 pessoas durante os tumultos que se seguiram à morte da jovem.
A mobilização no Irã repercutiu até no vizinho Catar, com vários incidentes nas arquibancadas da Copa do Mundo de futebol. Os serviços de segurança do estádio Ahmad bin Ali confiscaram de um homem sua bandeira iraniana que continha as três palavras emblemáticas da revolta - "Mulheres, Vida, Liberdade" -, relatou um jornalista da AFP.
Outro caso envolvendo o Irã aconteceu com a jornalista Domitila Becker que viveu momentos de desespero no Estádio Al Thumama nesta terça-feira, 29. Na cobertura da partida entre Irã e Estados Unidos, em vídeo divulgado em suas redes sociais, ela conta que foi perseguida ao tentar entrevistar mulheres iranianas nas arquibancadas. A profissional afirmou ainda estar com "medo real pelas mulheres que estão protestando pela vida e pela família delas". (Com AFP)