Bandeira de Pernambuco é confundida com símbolo LGBTQIA+ e correspondente do O POVO é atacado no Catar

Correspondente do O POVO na Copa do Mundo do Catar, Victor Pereira teve celular apreendido após seguranças confundirem a bandeira de Pernambuco com símbolo LGBTQUIA+

11:36 | Nov. 22, 2022

Por: Redação O POVO
O jornalista Victor Pereira é correspondente do O POVO na Copa do Mundo do Catar (foto: REPRODUÇÃO/INSTAGRAM)

Correspondente do O POVO na Copa do Mundo do Catar, o jornalista Victor Pereira foi atacado nesta terça-feira, 22, e teve o celular apreendido por policiais após confundirem a bandeira de Pernambuco com símbolo LGBTQIA+. O repórter filmava voluntárias pernambucanas no Mundial, que exibiam a bandeira de Pernambuco, quando foi abordado.

Em vídeo gravado após o episódio, Victor relatou o nervosismo com o ocorrido. Ele ainda reforçou que a equipe possui autorização para filmar tudo nos estádios do Mundial no Catar.

“Estou nervoso, estou tremendo. A gente estava com a bandeira de Pernambuco aqui. Estou aqui com alguns voluntários de Recife. Fui atacado por alguns integrantes do Catar e policiais achando que era bandeira LGBT. Fui filmar e eles pegaram meu telefone e só devolveram obrigando a deletar o vídeo que eu fiz. Só consegui meu celular de volta quando eu deletei o vídeo. Isso é um absurdo. Nós temos autorização da Fifa para filmar absolutamente tudo aqui no estádio”, relatou Victor.

Victor informou que irá denunciar o caso para o chefe de comunicação do estádio. “Algumas pessoas vieram e pediram desculpas e disseram que nenhuma pessoa tinha direito de tomar o celular. Se eu quisesse poderia denunciar ao chefe da comunicação aqui do estádio, que eles têm câmeras de segurança. A gente estava entre dois postes e os dois têm câmeras. Eles disseram que eu poderia fazer isso e eu vou fazer”, disse.

O Catar é um país que criminaliza a homossexualidade, com penas que vão desde a prisão à possibilidade de pena de morte. O Governo local não flexibilizou as medidas para o Mundial, e símbolos LGBTQIA+, como bandeiras com arco-íris, estão proibidas. 

O movimento de seleções como Inglaterra, França e Dinamarca de apoio à comunidade LGBTQIA+ durante a Copa do Mundo foi vetado pela Fifa. Os capitães destas equipes tinham se planejado para usar braçadeiras com arco-íris e a mensagem "One Love", mas após ameaças de punição da entidade acabaram desistindo.