Blatter revela arrependimento por escolha do Catar: "Foi uma escolha ruim"

Blatter considera que a escolha do Mundial de 2022 nos Estados Unidos teria sido melhor. Na visão do ex-dirigente, a definição do país norte-americano na sequência da Rússia representaria um gesto de paz

15:30 | Nov. 08, 2022

Por: Gazeta Esportiva
Joseph Blatter, ex-presidente da Fifa e suspenso do futebol por mais de cinco anos (foto: FABRICE COFFRINI / AFP)

O antigo presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou, nesta terça-feira, 8, em entrevista para a Tamedia, veículo de comunicação suíço, que se arrependeu de ter escolhido o Catar como sede da Copa do Mundo: 

"Foi uma escolha errada e eu era responsável por isso, como presidente da Fifa, na altura", revelou o ex-mandatário da Fifa sobre o primeiro país do Oriente a sediar a competição.

Blatter considera que a escolha do Mundial de 2022 nos Estados Unidos teria sido melhor. Na visão do ex-dirigente, a definição do país norte-americano na sequência da Rússia representaria um gesto de paz entre dois países politicamente antagônicos:

"Teria sido um gesto de paz se esses dois adversários políticos tivessem organizado o Mundial um depois do outro", finalizou.

Suspenso do futebol e processo de fraude

Joseph Blatter foi presidente da Fifa entre 1998 e 2015, quando renunciou ao cargo após a acusação de esquemas de corrupção, inclusive envolvendo a escolha do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022. O antigo mandatário foi absolvido no processo de fraude no Tribunal Suíço, assim como o presidente da Uefa na época, Michel Platini,  mas os promotores ainda recorrem da decisão.

Em março de 2021, a Fifa suspendeu Blatter por mais seis anos e oito meses por caso de corrupção envolvendo pagamentos de bônus a partir de 2010. Além dele, recebeu a mesma pena o seu ex-secretário-geral Jérôme Valcke.

A dupla ainda foi condenada pela justiça interna da Fifa a pagar um milhão de francos suíços (R$ 5,2 milhões aproximadamente).

Os ex-dirigentes da entidade estão banidos do futebol desde 2015 por conta de um pagamento de R$ 8 milhões a Platini referente ao trabalho realizado pelo ex-jogador francês entre o fim de 1999 e início dos anos 2000. A transação foi autorizada por Blatter e efetuada apenas em 2011.