Acessibilidade: Garoto de 12 anos com deficiência visual faz adaptação de álbum de figurinhas da Copa

Ele publicou o processo de adaptação em seu perfil no Instagram; assista

18:05 | Ago. 29, 2022

Por: Letícia Marques
Garoto cego de 12 anos adapta álbum de figurinhas da Copa e questiona falta de acessibilidade (foto: Reprodução/Instagram @peumaron)

Como é tradicional, a Federação Internacional de Futebol (FIFA) lançou neste mês de agosto o seu álbum de figurinhas com todas as 32 seleções classificadas pra a Copa do Mundo de 2022, no Catar. Para Pedro Maron Barreto, de 12 anos, entrar na brincadeira, no entanto, a edição precisou ser adaptada.

Pedro é deficiente visual e, com a ajuda de seus pais, o menino que mora em Brasília fez uma série de publicações na última quarta-feira, 24, em seu Instagram, mostrando todo o processo de adequação do álbum de figurinhas para ele pudesse utilizá-lo.

O momento, tem repercutido na internet e encantado os seguidores do garoto. 

Utilizando adesivo transparente para transcrever as palavras em braille e adesivos de bolinha para contabilizar os espaços a serem preenchidos, Pedro repete o processo que fez na Copa anterior, em 2018, e consegue tornar o material acessível a suas necessidades.

"Com as figurinhas dos países numeradas de 1 a 20, consigo localizar onde colar cada uma. Mas preciso de ajuda para saber o nome de cada jogador. Torcida Panini, que tal um álbum mais inclusivo, hein? Afinal, só no Brasil são mais de 6,5 milhões de pessoas cegas ou com baixa visão", questionou o jovem. 

O caso também chamou atenção do influenciador Pedro Valente, que reagiu ao vídeo do menino e trouxe mais repercussão para o momento.

"Por favor, assistam até o fim esse vídeo. Eu queria que essa mensagem chegasse à Panini, a editora desse álbum, olha o trabalhão que Peu tá tendo", falou o publicitário.

O vídeo do menino recebeu o apoio dos internautas, que elogiaram a atitude do garoto, mas questionaram a empresa responsável pelo álbum.

"Que iniciativa maravilhosa! Meu padrasto nasceu cego, ele amava música e eu passava horas com ele fazendo essa adaptação em capas de CDs. Seria excelente que a inclusão fosse uma realidade, nos dias de hoje não cabe mais ter que lembrar que a diversidade inclusiva é necessária", escreveu uma seguidora.

Até o momento desta publicação, a empresa Panini não se manifestou sobre o caso.