A relação entre tecnologia e melhora na aprendizagem, segundo pesquisa

Estudo "Tecnologia e Desigualdades Raciais no Brasil", produzido por Núcleo de Estudos Raciais do Insper e Fundação Telefônica Vivo, revela questões importantes sobre áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática

14:13 | Jun. 20, 2024

Por: Hamilton Nogueira
Tecnologia aliada a educação - escolas públicas Na foto: alunos do 1o ano da Escola Municipal Monteiro Lobato, no bairro José Walter, aprendem matemática usando os laptops individuais do programa UCA Foto: Sara Maia, em 05/10/2011 (foto: SARA MAIA)

O Núcleo de Estudos Raciais do Insper (NERI) e a Fundação Telefônica Vivo acabam de lançar a pesquisa Tecnologia e Desigualdades Raciais no Brasil, que investigou desigualdades raciais no acesso à tecnologia e seus desdobramentos em diferentes etapas da trajetória escolar, desde o ensino básico até o ensino superior.

O estudo revela que em 2009, os negros representavam apenas 34% dos matriculados na universidade, o que evidencia sua sub-representação nesse nível de ensino. Já em 2022, essa proporção subiu para 46% – crescimento de 12 pontos percentuais.

O aumento na presença de negros pode estar associado a uma série de fatores que ocorreram no período, como políticas de reserva de vagas, expansão do acesso ao ensino médio e regimes de financiamento estudantil e bolsas de estudo em universidades privadas. Importante registrar que cerca de 90% do avanço foi impulsionado pelo aumento da participação dos negros em instituições privadas.

Mas é preciso dizer que há ainda uma sub-representação na maioria dos cursos, em especial nos de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM, na sigla em inglês), quando comparamos à população demográfica. Neles, os negros representam 42% do total de matriculados, enquanto nas formações não-STEM, essa participação é de 47%. 

Sem aprofundamento e bons resultados nessas áreas não há desenvolvimento tecnológico, é bom lembrar. E todo o brasieiro precisa ter acesso a esses conteúdos.