A Literatura de Cordel é um gênero literário popular no Brasil, especialmente no Nordeste, caracterizado pela sua forma rimada e pela apresentação em folhetos de papel.
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Os poemas, escritos em versos, geralmente narram histórias, lendas, fatos históricos e acontecimentos do cotidiano.
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Essas histórias são impressas em pequenos folhetos, muitas vezes ilustrados com xilogravuras, que eram tradicionalmente pendurados em cordas ou barbantes, daí o nome cordel.
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Essas ilustrações não apenas embelezam os folhetos, mas também ajudam a contar a história, sendo parte integral da experiência do cordel.
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A origem da Literatura de Cordel remonta à tradição oral dos trovadores medievais na Europa, principalmente em Portugal e na Espanha.
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Esses trovadores recitavam suas poesias em feiras e mercados, transmitindo histórias e notícias. Com a colonização, essa tradição foi trazida para o Brasil, onde se adaptou e evoluiu.
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Os cordelistas, como são chamados os autores de cordel, eram frequentemente viajantes que levavam seus folhetos para vender em feiras, festas e outros eventos, disseminando assim suas histórias por todo o país.
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Os poetas de cordel, conhecidos como cordelistas, são muitas vezes também repentistas, capazes de criar e recitar versos improvisados.
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A métrica mais comum usada nos cordéis é a sextilha, que consiste em estrofes de seis versos, geralmente com sete sílabas cada, e rimas alternadas. Porém, outros esquemas métricos e rítmicos também são usados.
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Ao registrar histórias e lendas transmitidas de geração em geração, o cordel contribui para a preservação da memória cultural de um povo.
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Ao utilizar uma linguagem simples e temas acessíveis, o cordel estimula a leitura e a escrita, especialmente entre as camadas humildes da população.
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As obras de cordel podem abordar uma grande variedade de temas, desde histórias de reis e rainhas até aventuras de cangaceiros, romances e críticas sociais.
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Existem inúmeros cordelistas famosos, como Leandro Gomes de Barros, considerado o pai do cordel, e Patativa do Assaré, um dos maiores poetas populares brasileiros.
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Leandro Gomes de Barros (1865-1918) em Pombal, na Paraíba. Ele se mudou para o Recife ainda jovem, onde começou a trabalhar como tipógrafo e se aproximou do mundo das letras.
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Ele escreveu centenas de folhetos durante sua vida, muitos dos quais se tornaram clássicos do gênero. Algumas de suas obras mais conhecidas incluem O Cavalo que Defecava Dinheiro, A Donzela Teodora e Juvenal e o Dragão.
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Já Patativa do Assaré (1909-2002) nasceu na pequena cidade de Assaré, no Ceará. Ele começou a compor e recitar poesias ainda jovem, inspirado pelas histórias e cantorias tradicionais do sertão nordestino.
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Seus versos frequentemente abordavam temas como a vida no sertão, as dificuldades enfrentadas pelos agricultores, as injustiças sociais e a luta por melhores condições de vida.
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Algumas de suas obras mais conhecidas incluem Triste Partida, um poema que foi musicado por Luiz Gonzaga e se tornou um clássico da música nordestina, abordando o sofrimento dos migrantes nordestinos em busca de uma vida melhor.
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Ao longo do tempo, a Literatura de Cordel ganhou reconhecimento e valorização, sendo estudada em universidades e apreciada por um público mais amplo.
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Muitos poetas de cordel contemporâneos têm adaptado suas obras para refletir temas modernos e atuais, mantendo viva essa rica tradição cultural.
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