Panetone: Conheça a origem dessa delícia de Natal 14:46 | 11/12/2024 Autor Flipar Flipar Autor Ver perfil do autor Tipo Notícia Falta apenas um mês para o Natal e diversos tipos de panetones tomam conta do comércio. É uma clássica guloseima na mesa do brasileiro nas festas de fim de ano. E cai bem a qualquer hora do dia. / Crédito: Imagem de CiranoTondi por Pixabay Esse alimento surgiu na Europa. O que gera dúvida é de onde surgiu o nome. Panetone, segundo uma teoria, significa, na verdade, Pani di Toni, ou Pão de Toni, traduzido para o português. O alimento é uma receita criada por um padeiro italiano, o Toni, da cidade de Milão, na véspera do Natal de 1495. De acordo com Crédito: Imagem de CiranoTondi por Pixabay Para outros, significia a junção de dois termos no italiano: panetto, que pode ser traduzido como um “pão pequeno”, e panone, que pode ser traduzido como “pão grande”. Crédito: Divulgação Segundo essa teoria, Toni trabalhou exaustivamente na véspera de Natal fazendo uma fornada de pães e uma massa de torta, a pedido de seu chefe. No entanto, ao estar cansado, colocou frutas da torta na massa de pães e tentou consertar adicionando frutas cristalizadas, manteiga e ovos na receita. Crédito: Imagem de Silvio por Pixabay Por outro lado, Massimo Montanari, professor de história da Alimentação na Universidade de Bolonha, na Itália, discorda desta lenda. Para o profissional, deve-se distinguir duas categorias: produtos que têm uma data exata de nascimento e um inventor claro; e aqueles que não têm. Crédito: Imagem de JetalProduções por Pixabay De acordo com Montanari, na primeira está o pandoro (que no dialeto veneziano significa folha de ouro), cuja receita foi registrada no escritório de patentes em 1894 pelo padeiro de Verona Domenico Melegatti. Crédito: Imagem de Silvia Rao por Pixabay Do outro, o panetone que é uma receita de tradição coletiva e, portanto, não se pode determinar com precisão absoluta seu lugar e data de nascimento. Crédito: Flickr/MONDO HOME GASTRONÔMICO No entanto, Montanari explica que é possível reconstruir a árvore genealógica do panetone e rastrear seus ancestrais medievais: os pães doces ou pães de festas. Alimentos com adição de açúcar, passas ou especiarias e consumidos em festividades importantes, como o Natal. Crédito: Flickr/Espaço Gourmet Um dos primeiros documentos que comprovam a existência desses pães doces é um manuscrito preservado na Biblioteca Ambrosiana de Milão, que remonta à década de 1470. Na foto, ingredientes da famosa comida italiana, de onde provavelmente surgiu a iguaria natalina. Crédito: freepik Seu autor, Giorgio Valagussa, que era o preceptor dos duques Sforza, descreve o que ele chama de Ritual da Madeira, realizado naquela corte. O chefe da família serviu uma parte para todos os convidados, mantendo uma para o ano seguinte como um sinal de continuidade. Crédito: Flickr/Am Por um lado, havia um elemento de conexão com o produto básico da comida diária, pão; por outro, ingredientes e especiarias que o tornavam 'precioso', de acordo com o gosto dos tempos medievais ou do Renascimento, acrescenta Monatanari, autor de vários livros sobre a origem de pratos emblemáticos da culinária italiana. Crédito: Divulgação E, embora a relação entre o panetone e a cidade de Milão seja inegável, não se pode dizer que seja exclusiva — pois também existem registros alfandegários semelhantes em outras partes do norte da Itália. Crédito: Divulgação O sucesso dessa sobremesa ultrapassou as fronteiras e se transformou em uma tradição natalina em vários países da América do Sul, como Brasil, Argentina, Uruguai e Peru. Isto em boa parte graças aos milhões de emigrantes italianos que entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX atravessaram o Atlântico em busca de oportunidades na América do Sul. Crédito: Divulgação Um deles foi Pietro D'Onofrio, um emigrante do sul da Itália que se estabeleceu no Peru, onde fundou a empresa de sorvetes que ainda leva seu nome. Crédito: Divulgação Nos anos 50, seu filho Antônio fez um acordo com a empresa Alemagna de Milão para a produção e venda do panetone no Peru com a marca D'Onofrio. Crédito: Divulgação Este ano, os peruanos vão consumir mais de 35 milhões de unidades, diz Ricardo Bassani, diretor do setor de confeitaria da Nestlé Peru, proprietária desde 1997 da marca D'Onofrio e de três outras empresas de panetone no país. Crédito: Flickr/Felipe de Melo HRA Nós, os peruanos, somos os que mais comem esse pão. Nosso consumo anual é de 1,1 kg por pessoa, o que nos coloca como o segundo país de maior consumo, atrás apenas da Itália, acrescenta o executivo, que calcula em US$ 200 milhões (R$ 820 milhões) o valor de mercado do panetone no Peru. Crédito: Flickr/Ferraresso Depois da Itália e do Peru, o país que consome mais panetone é o Brasil, com cerca de 440 gramas per capita por ano. E foi por aqui que surgiu o Chocotone, adicionando chocolate à receita tradicional. O nome é propriedade intelectual da Bauducco. Crédito: Divulgação Fundada em 1952 em São Paulo por outro emigrante italiano, Carlo Bauducco, a empresa possui mais de 6 mil funcionários no Brasil e nos EUA, capacidade produtiva de mais de 300 mil toneladas por ano e faturamento de mais de US$ 700 milhões (R$ 2,9 bilhões). Crédito: Divulgação A massa que é usada no chocotone é a mesma do panetone, mas sem a presença de frutas cristalizadas, que são substituídas por gotas de chocolate. Crédito: Divulgação Vale destacar que a receita clássica de Panetone é uma só, protegida por um decreto assinado em 2005 na Itália, que determina as quantidades mínimas de cada ingrediente que devem ser usadas na confecção desse pão. Para isso, é preciso acertar as quantidades de farinha, sal, água, açúcar, ovos e frutas cristalizadas determinadas neste decreto. Crédito: Divulgação Mas os brasileiros conseguem dar um 'jeitinho' e criar as próprias receitas. Entre elas, está o Chocotone, mas também surgiram outras criativas como Panetones salgados. Crédito: Reprodução/Instagram Em Calópolis (PR), Mayra Stetner e Maykon Depizzol, proprietários de um restaurante japonês delivery, decidiram inovar com o “sushitone”. O panetone de sushi, feito com salmão grelhado ou fresco e cream cheese, pesando cerca de 3 kg e vendido a R$ 96, já se tornou um sucesso na região. Crédito: Reprodução/Instagram Outra versão que tem conquistado os amantes da gastronomia é o “Churrascotone”, desenvolvido pelo churrasqueiro José Mateus, conhecido nas redes sociais por suas habilidades culinárias. Crédito: Reprodução/Instagram O panetone salgado, feito com pão de calabresa, costela desfiada, queijo minas e queijo muçarela, ainda não está à venda, mas já despertou grande interesse, com pedidos dos seguidores para compartilhar a receita. Crédito: Reprodução/Instagram Recentemente, um jovem chamado Orivaldo Peres viralizou no Tiktok por conta de uma frustração após comprar um panetone tipo pandoro, que é um bolo italiano com massa mais leve e amanteigada. Crédito: Reprodução/vídeoTerra Ao ver na embalagem uma imagem do bolo com uma generosa camada de creme de chocolate em cima de uma fatia, ele comprou e, ao chegar em casa e abrir a embalagem, veio a frustração. Crédito: Reprodução/vídeoTerra O bolo na verdade não tinha recheio algum, apenas um sachê com açúcar confeiteiro para jogar em cima do pandoro. Ao ler a embalagem, a marca Bauducco deu uma dica: Sugestão, tenha uma bisnaga de chocolate líquido e derrame em um círculo perfeito no centro da fatia, leu Orivaldo. Crédito: Divulgação “Me sugeriu botar chocolate no chocotone, porque não tem”, lamentou o jovem. A cena viralizou e já tem mais de 1,4 milhões de visualizações só no Titktok. O bolo natalino pandoro é tradicional na Itália e é, na maioria das vezes, preparado em formato de estrela e decorado com açúcar confeiteiro que simboliza a neve dos alpes italianos. Crédito: Flickr/Evgenia Levitskaya Gente, panetone industrializado não tá com nada. Procurem as padarias e lojas de confeitaria das cidades de vocês. É um caminho sem volta!, sugeriu um seguidor. Claramente feito para induzir o consumidor ao erro, lamentou outro. O nome Pandoro vem de Pan d'Oro, que significa pão de ouro. O bolo tem a massa mais leve que seu primo panetone e geralmente não tem recheio. Crédito: Flickr/Be&Be Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente Tags Notícias