A festa de Shiva, chamada de "Shivaratri", é uma das mais importantes celebrações dentro do hinduísmo, dedicada ao deus Shiva, uma das principais divindades da mitologia hindu.
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A palavra Shivaratri vem da junção de Shiv, que se refere ao Senhor Shiva, e Ratri, que significa noite, ou seja, a noite de Shiva. Esse festival acontece na 13ª noite e 14º dia do mês lunar, antes da lua nova.
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No entanto, o evento mais significativo é o Maha Shivaratri, celebrado geralmente entre fevereiro e março, antes da chegada da primavera.
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Esse dia é considerado o mais auspicioso, pois é acreditado que, nessa noite, a energia espiritual no hemisfério norte atinge seu auge, favorecendo a ascensão espiritual.
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O festival de Shivaratri não é uma festa alegre, como muitas outras celebrações hindus, mas sim uma ocasião contemplativa e espiritual. É um momento de introspecção, meditação, orações e devoção a Shiva.
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Durante essa noite, os devotos se dedicam à meditação, jejum, cânticos de mantras e vigílias, buscando superar a escuridão interior e alcançar uma conexão mais profunda com o divino.
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O principal mantra entoado é Om Namah Shivaya, que significa a saudação ao Shiva e tem a capacidade de harmonizar os cinco elementos do universo – terra, água, fogo, ar e éter.
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Vamos conhecer, então, mais sobre os principais deuses da mitologia hindu? Começando, é claro, por Shiva, o dono da festa.
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Shiva, a quem o festival é dedicado, é um dos três deuses principais da Trimurti, trindade que rege o ciclo cósmico de criação, preservação e destruição no hinduísmo. Na Trimurti, Brahma é o criador, Vishnu o preservador, e Shiva o destruidor ou transformador.
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Esse aspecto destrutivo, no entanto, não é negativo. Em vez de ser um simples agente de aniquilação, Shiva representa a transformação essencial para a renovação do universo, sendo visto como a força que dissolve o velho para permitir o surgimento do novo.
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Shiva é também o deus da meditação, yoga, tempo, dança e destruição do mal. Ele é frequentemente retratado de maneira dual, como um asceta em profunda meditação no Monte Kailash, casado com Parvati e pai de Ganesha e Kartikeya, mas também como o deus guerreiro que derrota demônios.
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Ele é, portanto, um deus que simboliza tanto a serenidade quanto a força. Entre os símbolos associados a Shiva estão a serpente ao redor de seu pescoço; a lua crescente; o Ganga; o terceiro olho; e o tridente (Trishula).
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No Maha Shivaratri, muitos devotos também celebram o casamento simbólico de Shiva com Parvati, que é a deusa da fertilidade, amor e harmonia.
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A união deles representa a fusão entre a consciência pura (Shiva) e a ilusão da matéria (Parvati), simbolizando o encontro entre o espiritual e o material. Esse casamento é uma metáfora para a vida cotidiana dos devotos, que, mesmo imersos na rotina diária, buscam uma conexão mais profunda com o divino.
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Além de Shiva, a trindade hindu é composta também por Brahma, o criador do universo, e Vishnu, o preservador, sendo que ambos desempenham papéis essenciais na manutenção do cosmos.
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Brahma, que é frequentemente retratado com quatro faces representando a criação de todos os seres e o conhecimento, é responsável pela criação do universo e dos deuses.
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Já Vishnu é considerado o restaurador da ordem cósmica e atua como o equilibrador das forças do bem e do mal, sendo adorado principalmente no contexto do vishnuísmo, a maior corrente dentro do hinduísmo.
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Junto com Shiva, esses deuses formam a Trimurti, e suas respectivas consortes, como Parvati (esposa de Shiva), Lakshmi (esposa de Vishnu), e Saraswati (esposa de Brahma), formam o Tridevi, a trindade feminina.
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Parvati, por exemplo, é a deusa da fertilidade e do amor, enquanto Lakshmi é a deusa da prosperidade e Saraswati, a deusa da sabedoria e das artes.
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Esses deuses e deusas não apenas moldam o entendimento cósmico, mas também são venerados em diversos rituais diários e festivais, como o Maha Shivaratri, onde suas qualidades e símbolos são invocados em busca de sabedoria, prosperidade e equilíbrio espiritual.
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Assim, a festa de Shiva vai além da celebração de uma divindade, sendo uma oportunidade para os devotos refletirem sobre o ciclo da vida e a busca por iluminação, transcendendo as limitações do ego e da ignorância.
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