O cosmonauta Sergei Krikalev entrou para a história por um motivo inusitado. Em 1991, ele foi "abandonado" no espaço em meio a um dos momentos mais significativos do século 20. Uma virada no rumo de um país com reflexos mundiais.
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O soviético Krikalev partiu a bordo da espaçonave Soyuz TM-12 para uma missão na estação Mir, localizada 400 km acima da superfície da Terra.
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O cosmonauta soviético viajou para o espaço acompanhado do compatriota Anatoly Artsebarsky e da britânica Helen Sharman. A missão do trio era rotineira: fazer reparos e adaptações na Mir.
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O lançamento da espaçonave ocorreu no cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, em missão prevista para durar cinco meses, mas que para Krikalev se estenderia por quase um ano.
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Helen Sharman ficou apenas uma semana na Mir. A britânica retornou para a Terra com os dois cosmonautas que antes estavam na estação e que foram substituídos por Anatoly Artsebarsky e Sergei Krikalev.
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Já Artsebarsky voltou em outubro. Mas, durante a empreitada espacial, ocorreu um evento histórico: a dissolução da União Soviética.
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O caos político provocado pelo fim do país, com a independência de 15 repúblicas, deixou Krikalev aprisionado na estação.
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Pelo plano original, o cosmonauta para substituir Krikalev seria do Cazaquistão (mas este acabou declarando a independência). A nova pátria Rússia, então, enviou o cosmonauta Alexander Volkov. E informou a Krikalev ele deveria permanecer em órbita por tempo indefinido.
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Nascido em 27/8/1958, Sergei Krikalev tinha sólida formação em engenharia mecânica e já havia participado de uma missão na Mir em 1988. Mas não contava que passaria tanto tempo em órbita sem intervalo.
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Para nós foi algo inesperado, não entendíamos o que estava acontecendo, afirmou Krikalev no documentário O último cidadão soviético, produzido pela rede britânica BBC.
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Krikalev ficou em órbita durante 311 dias. O cosmonauta ficou exposto aos riscos da longa permanência no espaço. Entre eles, alterações no sistema imunológico e perda de massa muscular e óssea. Além dos impactos psicológicos e emocionais que a situação provoca.
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Elena Terekhina, mulher de Krivalev, se comunicava com ele por rádio. Estava tentando não falar com ele sobre coisas desagradáveis e acho que ele estava tentando fazer o mesmo, declarou Elena no documentário da BBC.
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A permanência de Krikalev na estação em meio à dissolução de seu país natal fez o cosmonauta ficar conhecido como o último cidadão soviético.
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Afinal, com a renúncia do presidente Mikhail Gorbatchov em 25 de dezembro de 1991, Krivalev se tornou russo. Portanto, ele viajou ao espaço como cidadão soviético e voltou como russo.
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O retorno do cosmonauta à Terra, acompanhado do colega Alexander Volkov, ocorreu em 25 de março de 1992 e atraiu os holofotes.
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De acordo com o documentário O último cidadão soviético, Krikalev precisou da ajuda de quatro homens para descer da nave e ficar de pé.
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Depois do retorno, ele soube, então, que também tinha havido mudança na sua cidade natal. Krikalev nasceu em Leningrado. Mas ela passou a se chamar São Petersburgo.
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Por dez anos Sergei Krikalev teve o recorde de ser humano com mais tempo no espaço – 803 dias 9 horas e 39 minutos (somando as suas missões). Em 2015 foi superado pelo compatriota Gennady Padalka, que encerrou sua quinta missão espacial com a marca de 879 dias em órbita.
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Estação que simbolizou por 15 anos o poderio soviético na exploração espacial, a Mir deixou de operar em 1992.
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Em 2000, o Krikalev integrou a primeira tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS). Depois, tornou-se o diretor de missões tripuladas da Roscosmos, a agência espacial russa.
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