7 mitos sobre autismo e pessoas autistas 

Confira a verdade sobre algumas afirmações errôneas sobre o transtorno do espectro autista

16:56 | Jul. 10, 2024

Por: Redação EdiCase
Pessoas com autismo podem desenvolver amizades sólidas assim como neurotípicos, apesar das dificuldades na comunicação (Imagem: Maryna_Auramchuk | Shutterstock) (foto: EdiCase)

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), há cerca de 70 milhões de pessoas no mundo com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa é uma condição neurodesenvolvimental que pode afetar a comunicação, a interação social e o comportamento de uma pessoa, variando significativamente entre os indivíduos. 

Apesar do crescimento no número de diagnósticos e da maior conscientização sobre o autismo, ainda existem muitos mitos e equívocos que cercam a condição. “Mais pessoas têm sido diagnosticadas com o TEA, em todas as faixas etárias. Por isso, os mitos sobre o TEA são muito prejudiciais, já que perpetuam estigmas, limitam oportunidades, atrasam diagnósticos e tratamentos, e contribuem para a falta de compreensão e empatia na sociedade em relação às pessoas dentro do espectro autista”, comenta o neurologista Dr. Edson Issamu, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. 

Por isso, abaixo, confira a verdade sobre algumas afirmações errôneas sobre autistas! 

1. Pessoas autistas não querem fazer amigos 

Na verdade, pessoas autistas desejam ter amigos e relacionamentos sociais. No entanto, devido ao transtorno, elas podem enfrentar dificuldades na comunicação e interação social. Com apoio e compreensão, elas podem desenvolver amizades significativas. 

2. Autismo é causado por vacinas

Não há evidências científicas que comprovem uma ligação entre vacinas e autismo. “As causas do autismo estão associadas à genética, na maioria dos casos, e fatores ambientais, mas nada relacionado a nenhuma vacina”, afirma a neurologista e neurocientista Dra. Fabiele Russo.  

3. Apenas crianças são diagnosticadas com autismo 

Apesar de o diagnóstico de autismo muitas vezes ocorrer na infância, muitas pessoas só o recebem na idade adulta. Patrícia Ferreira, neuropsicóloga do Hospital Moinhos de Vento e mestre em Psicologia, conta que o TEA é uma condição da vida toda, ou seja, pacientes diagnosticados na vida adulta foram crianças com TEA não diagnosticado. 

De uma forma ou outra, estes pacientes encontraram recursos para lidar, ou mascarar, os sintomas. “Ter acesso ao diagnóstico auxilia na compreensão de situações e até mesmo de desconfortos que estes pacientes enfrentaram até o diagnóstico, que, mesmo tardio, trará mais qualidade de vida ao paciente”, afirma a profissional. 

O TEA é uma condição relacionada ao desenvolvimento do cérebro, não uma doença (Imagem: ImagesRouges | Shutterstock)

4. Autismo é uma doença que precisa ser curada 

O autismo não é uma doença, tampouco tem cura. “O TEA é uma condição relacionada ao desenvolvimento do cérebro que afeta a forma como uma pessoa percebe o mundo e se socializa”, explica a Dra. Fabiele Russo. 

5. Pessoas autistas não conseguem ter uma vida independente 

Muitas pessoas autistas levam vidas independentes, trabalhando, estudando e mantendo relacionamentos. O nível de independência pode variar, mas com o suporte adequado, elas podem alcançar muito. 

6. Pessoas autistas não podem sentir empatia 

Muitas pessoas autistas sentem empatia como qualquer outra, mas podem ter dificuldade em expressá-la ou reconhecê-la da maneira que os neurotípicos esperam. Ou seja, a empatia não é ausente, mas pode ser diferente. 

7. Todos os autistas se comportam da mesma maneira 

Assim como os neurotípicos, as pessoas autistas são diferentes umas das outras. Logo, há uma grande diversidade nas experiências e comportamentos. Por isso, é fundamental não as generalizar.