8 dicas para combater preconceitos desde a infância

Pediatra explica sobre a importância do diálogo sobre diversidade com as crianças

18:11 | Abr. 30, 2024

Por: Redação EdiCase
A luta contra a intolerância começa na infância (Imagem: GagliardiPhotography | Shutterstock) (foto: EdiCase)

Em um mundo no qual a intolerância ainda persiste contra gênero, raça, religião e orientação sexual, é essencial refletirmos sobre como preparar nossas crianças para se desenvolverem em uma sociedade mais justa e igualitária.

O Dr. Paulo Telles, pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria, levanta uma reflexão sobre como garantir que nossos filhos cresçam em uma sociedade mais justa e igualitária, citando a inspiradora frase de Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”.

Educando para combater a discriminação

Não existe receita pronta quando se trata da criação de filhos, mas cabe aos pais conversarem, discutirem e até mudarem a postura para dar exemplos positivos aos pequenos. O primeiro passo, segundo o pediatra, está em reconhecer que existe o problema.

“Muitas vezes, noto que o problema ainda não está escancarado. Ainda ouço que se trata de ‘mimimi’, quando, na verdade, estamos falando de um crime! Reconhecer a falha é essencial para que a sociedade se organize e tenha condições de achar soluções. Todos precisam deixar de lado os preconceitos para que possamos evoluir”, esclarece o Dr. Paulo Telles.

Ensinando tolerância desde sempre

Com as crianças, o assunto não precisa ser abordado de forma sisuda. Mesmo nas mais tenras idades, elas são capazes de compreender, e o pediatra sugere explicar conceitos de racismo, xingamento, injúria e estereótipos de forma lúdica. “Também temos que dar o exemplo e colocar os conceitos na primeira infância, no núcleo familiar e dentro das escolas”, afirma.

Estamos inseridos em uma sociedade que se estruturou a partir de ideias preconceituosas, com atitudes de discriminação e relações que se consolidaram a partir da ideia de superioridade de um grupo sobre o outro. Mudar isso é fundamental e começa com a convivência com a diversidade, também passando pelas histórias que contamos aos nossos filhos.

Infância livre de discriminação

O médico Dr. Paulo Telles cita algumas maneiras preconizadas pela UNICEF para contribuir para uma infância livre de discriminação. Confira!

1. Eduque as crianças para o respeito ao que é diferente

A diferença está nos tipos de brinquedos, nas línguas faladas, nos costumes entre amigos e pessoas de variadas culturas, raças e etnias. Esta, por sua vez, enriquece nosso conhecimento.

2. Textos, histórias, olhares, piadas e expressões

Podem ser estigmatizantes com outras crianças, culturas e tradições. Indigne-se se isso acontecer!

3. Não classifique nunca o outro pela cor de pele

O essencial você ainda não viu. Lembre-se de que racismo é crime.

Apoie seu filho se ele sofrer discriminação (Imagem: fizkes | Shutterstock)

4. Se seu filho foi discriminado, abrace-o, apoie-o

Mostre que a diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus direitos igualmente. Toda criança deve crescer sem ser discriminada.

5. Denuncie! 

A discriminação se trata de uma violação de direitos.

6. Inclua a criança em ambientes com outras de diferentes raças e etnias

Proporcione e estimule a convivência de crianças de diferentes raças e etnias nas brincadeiras, nas salas de aula, em casa e em todos os lugares.

7. Valorize e incentive o comportamento respeitoso e sem preconceito

Incentive a empatia e a diversidade desde cedo, valorizando um comportamento respeitoso e sem preconceitos.

8. As escolas são grandes espaços de aprendizagem

Em muitas, as crianças estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra. Ajude a escola de seus filhos a adotar essa postura.

“Como pediatra, sigo esperançoso de que crianças bem-orientadas e educadas conseguirão fazer esta diferença e mudar o final da história. Cabe a cada pai iniciar essa mudança dentro de sua casa para que tenhamos uma sociedade melhor para todos”, conclui o Dr. Paulo Telles.

Por Michelly Souza