8 mitos sobre o uso de métodos contraceptivos de longa duração
Médica esclarece dúvidas que podem afastar as mulheres de considerar os LARCS como opçãoQuando o assunto é a saúde reprodutiva e sexual das mulheres, os métodos contraceptivos exercem uma função chave. Para além de garantir a melhora do bem-estar próprio, a contracepção permite ampliar a autonomia e liberdade de escolha. Isto porque, com seu auxílio, é possível tomar decisão de ter filhos com mais controle.
Felizmente, existe uma boa diversidade de métodos contraceptivos disponíveis para uso, como os dispositivos intrauterinos (DIUs), injeções mensais e implantes hormonais. Entretanto, apesar desta variedade, uma pesquisa feita pelo Instituto Ipsos em parceria com a Organon, aponta que 53% das 600 mulheres entrevistadas no Brasil pensa primeiro nas pílulas orais quando o tema é contracepção.
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Nesse sentido, o resultado da pesquisa evidencia a importância de aumentar a conscientização das mulheres sobre os métodos contraceptivos de longa duração (LARCs) – que abrangem o implante subdérmico de etonogestrel e os DIUs de cobre ou hormonal –, que se destacam por serem altamente eficazes e por proporcionar que as mulheres tomem decisões mais seguras e independentes em relação ao planejamento de suas vidas reprodutivas.
Para esclarecer alguns mitos sobre o tema, a Ana Derraik, ginecologista, obstetra, diretora médica da ONG Nosso Instituto e diretora médica da Derraik Mulher, lista os principais mitos que podem afastar as mulheres de considerar os LARCs como uma opção viável. Confira!
1. Os métodos contraceptivos de longa duração são muito invasivos
Há uma crença errônea de que os LARCs são procedimentos invasivos e desconfortáveis. Na realidade, esses métodos são relativamente simples de inserir. Por exemplo, o implante de etonogestrel é um pequeno bastão colocado sob a pele do braço, sem a necessidade de manipulação do colo do útero.
“Para mulheres jovens, que estão querendo iniciar a vida sexual, o implante acaba sendo um grande aliado porque não há necessidade de manipular o colo uterino. Uma vez inserido, o implante tem efeito garantido por 3 anos. Vale lembrar que esses métodos também podem ser uma alternativa para aquelas mulheres que se esquecem de tomar a pílula diariamente”, explica a profissional.
2. Os contraceptivos de longa duração não são reversíveis
Ao contrário, os LARCs são totalmente reversíveis. “Tanto o implante de etonogestrel quanto o DIU de cobre e o DIU hormonal não são métodos de depósito e deixam de fazer efeito após serem retirados. A mulher retoma o ciclo menstrual ovulatório normalmente”, explica a médica.
“Se, por acaso, a mulher não ovular após a retirada do método, isso pode acontecer devido a uma particularidade do organismo dela, e não pelo fato de ter usado o método durante aquele período. Nesse caso, é importante consultar um ginecologista para investigar de forma criteriosa”, recomenda.
3. DIU causa gestação tubária ou gravidez nas trompas
Outro mito é de que o DIU pode causar gravidez nas trompas, quando o embrião se implanta na trompa (também conhecida como tuba uterina) antes de chegar ao útero. “Alguns métodos como a pílula combinada, adesivo ou anel vaginal são opções que inibem a ovulação e, quando não há ovulação, não existe gravidez. Já o DIU não hormonal, e mesmo em alguns casos o DIU hormonal, não inibem a ovulação. Ele é um dispositivo que impede que os espermatozoides cheguem até as trompas onde acontece a fertilização”, alerta a Dra. Ana Derraik.