Veja quando começar a fazer exames para identificar o câncer de mama
Médica explica a partir de qual idade é recomendado iniciar o acompanhamento médico
Uma pesquisa publicada na revista Nature apontou que, nas últimas décadas, a incidência de câncer de início precoce, muitas vezes definido como cânceres diagnosticados em adultos com menos de 50 anos, como o de mama, aumentou em vários países.
Isso reforça o que avaliou outra pesquisa, chamada “A Representatividade Global de Câncer em Adolescentes e Adultos Jovens em 2019: Uma Análise Sistemática para o Estudo de Crescimento Mundial de Doenças de 2019”, veiculada no The Lancet. Houve 1,19 milhão de casos incidentes de câncer e 396 mil mortes devido a essa doença entre pessoas de 15 a 39 anos em todo o mundo em 2019.
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As taxas de incidência de alguns tipos de tumores dispararam desde 1990 para pessoas de 15 a 39 anos. A incidência do câncer de mama foi de 42%. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), esse é o mais comum depois do câncer de pele e o que causa mais mortes entre as mulheres. Em 2022, 66.280 casos novos foram estimados. Em 2020, ocorreram 17.825 mortes.
O que é o câncer de mama?
O câncer de mama ocorre quando as células mamárias sofrem mutações genéticas que as fazem crescer de forma descontrolada e formar um tumor. Essas mutações podem ser causadas por fatores genéticos, hormonais, ambientais, estilo de vida, entre outros.
Esse tipo de câncer pode começar em diferentes partes da mama, como ductos ou glândulas produtoras de leite, e pode se espalhar para outras partes do corpo, como os gânglios linfáticos ou órgãos distantes, através do sistema linfático ou do sangue.
Quando começar a se cuidar?
De acordo com a ginecologista Bartyra Camara Gomes, o ideal é procurar um especialista quando a adolescente estiver próxima da menarca, a primeira menstruação. “Além das conversas sobre a sexualidade e ciclo menstrual, a especialista já pode orientar sobre o autoexame, pois elas [as garotas] precisam ir avaliando as alterações”, argumenta.
Pode ser cedo para se preocupar? “Pode, mas, com tantas pesquisas mostrando a incidência de câncer de início precoce – e, nos consultórios, encontramos casos assim –, a orientação já se torna fundamental”, avalia.
Exame para rastreio do câncer de mama
Exame via termografia de precisão por contato (Braster Pro) é não invasivo, indolor, sem efeitos colaterais, sem emissão de radiação, com cristais líquidos que medem as mais leves variações térmicas por meio do contato com as mamas. Os dados são interpretados por algoritmos de inteligência artificial.
“Eles são uma forma nova de rastreio e respaldada por estudos científicos. Podem identificar nódulos cancerígenos em estágios precoces, com cerca de três milímetros, além de outras lesões mamárias, cistos e inflamações”, comenta a ginecologista.
Outro ponto é a questão da avaliação recorrente. “Esse aparelho complementa os métodos atuais utilizados nos protocolos de avaliação preconizados para o acompanhamento e o diagnóstico de câncer de mama. E ainda permite que uma mesma paciente possa ser avaliada de forma frequente, durante as visitas de rotina, entre uma mamografia e outra, ou com a frequência sugerida pelo médico”, explica Bartyra Camara Gomes.
Mamografia após os 40 anos
A realização da mamografia após os 40 anos ocorre porque essa é a idade recomendada pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) para o diagnóstico precoce. Pode e deve ser complementada pela ultrassonografia. Aliás, esse último exame é muito indicado para mulheres jovens, como forma de acompanhar a saúde das mamas.
“Não há idade mínima e se faz quando uma das queixas é dor ou a presença de nódulos”, explica a ginecologista. E, por fim, a ressonância magnética, que pode ser sugerida para aquelas mulheres que já estão em acompanhamento, apresentam fatores genéticos ou histórico familiar.
Vale lembrar que cada mulher é única e as recomendações podem variar com base em fatores como histórico familiar e genético, bem como orientação médica.
Por Gabi Vasconcelos