7 temas possíveis para a redação do Enem 2023

Professora explica que saúde pública, sociedade, tecnologias e educação são as principais apostas para o texto deste ano

O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) está se aproximando rapidamente, e sua importância vai além de ser apenas um meio de ingresso na educação superior. Esse teste desempenha um papel fundamental na obtenção de bolsas de estudo, no acesso a financiamentos estudantis e até mesmo na busca por vagas em universidades estrangeiras. Com mais de 3 milhões de candidatos empenhados em seus estudos, a redação tornou-se um dos pontos cruciais para garantir um bom desempenho.

Investir na escrita faz toda a diferença

Visando se destacar e superar a concorrência, os estudantes precisam desenvolver um senso crítico afiado, ter um domínio da língua portuguesa e habilidades de escrita. É preciso, ainda, apresentar capacidade de argumentação e uma compreensão profunda das questões sociais em destaque na sociedade.

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A redação do Enem exige uma análise crítica e fundamentada dos temas em debate atualmente. Por isso, além de praticar a escrita, é essencial analisar quais temas estão em evidência e costumam ter um recorte expressivo nas abordagens do exame.

Letícia Flores, professora de redação do Stoodi — edtech de cursos preparatórios 100% online — indica 7 possíveis temas que poderão ser abordados na prova do Enem de 2023. Confira!

1. Inteligências artificiais e os limites da tecnologia na manipulação da opinião pública

Inteligências artificiais, tais como a tecnologia deep fake, permitem montagens de vídeo e áudio, que enganam usuários menos atentos. O problema se torna ainda mais grave quando a manipulação de imagens e distorção de áudios são aplicadas a pessoas públicas, induzindo a população ao erro e ao compartilhamento de informações falsas.

2. Desafios da saúde pública frente ao aumento de infarto entre jovens

Consumo de ultraprocessados, sedentarismo, rotina exaustiva desde a infância e outros fatores têm revelado uma estatística alarmante: nos últimos 15 anos, a média de internações por infarto entre jovens com menos de 30 anos cresceu quase 160%. O poder público tem desafios para mitigar as consequências de um estilo de vida cada vez mais prejudicial de jovens, o que acaba sendo refletido no mercado de trabalho, no sistema de saúde e na dinâmica social de forma geral.

3. Caminhos para assegurar direitos maternos no mercado de trabalho

Ainda há muito avanço a ser feito no que diz respeito aos direitos das mulheres no mercado de trabalho, e o assunto se torna ainda mais complexo quando elas se tornam mães. Na prática, além da situação de subemprego feminino — sempre existente na sociedade brasileira e aprofundada no contexto da pandemia —, são muitas as mães demitidas após voltarem da licença-maternidade ou que nem mesmo conseguem se recolocar no mercado.

Menina sentada em sala de aula escrevendo
Mostre domínio dos temas propostos para um bom resultado nas provas do Enem (Imagem: Ground Pictures | Shutterstock)

4. Crimes de ódio: causas e consequências

Como uma das propostas da redação, é possível que a edição deste ano traga essa problemática cada vez mais frequente em nosso país. Vale entender o que é, de fato, considerado crime de ódio perante a lei, quais as possíveis causas e suas consequências.

5. Sub-representação feminina na política

É fundamental que as mulheres ocupem de forma justa e transparente seu espaço na política, e esse é um recorte temático passível de destaque no Enem. Além disso, quaisquer temas que abordem a garantia de direitos das mulheres, pessoas com deficiência (PCDs), negras, trans, entre outras minorias (que, em quantidade, se refletem em maioria) também podem cair.

6. Material didático 100% digital: inclusivo ou excludente?

Diante da possibilidade da retirada de livros didáticos físicos na rede de ensino do Estado de São Paulo visando adotar um material 100% digital, professores, especialistas e toda comunidade escolar levantam vários questionamentos passíveis de se abordar em um tema de redação no Enem: essa conduta é excludente com os alunos de escola pública que não têm acesso às ferramentas necessárias para acessar o material?

Como fica a concentração dos alunos frente à tendência à dispersão durante seu uso? A melhor saída seria usar o digital e o impresso de maneira complementar? Mas a rede pública tem recursos para fomentar essa dinâmica e oferecer formação especializada aos professores?

7. Meios humanizados para combater o crime organizado — será possível?

A guerra contra o tráfico não é novidade, mas as discussões sobre a liberação do uso de cannabis de forma individual e recreativa no Brasil, somadas às chacinas recentes na Baixada Santista, trazem de volta à pauta a polêmica de como enfrentar o crime organizado — diretamente atrelado ao tráfico de drogas — de modo que não se aumente ainda mais a violência nesse contexto.

Será possível enfrentar traficantes armados de forma humanizada? E quanto aos trabalhadores e às trabalhadoras, às crianças e a toda a comunidade cercada por operações policiais cada vez mais agressivas? Refletir sobre meios de lidar com essa realidade, mesmo que não a vivamos diretamente, é imprescindível para desenvolver uma boa redação dentro desse eixo temático.

Por Luciana Santos

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