O que se sabe sobre a saúde do rei Charles 3º, que cancelou compromissos após hospitalização
O clima no Palácio de Buckingham não é de alarme, não há sensação de crise — mas as notícias são obviamente inquietantes.

O anúncio do Palácio de Buckingham de que o rei Charles 3º foi hospitalizado por conta dos efeitos colaterais de seu tratamento contra o câncer ocorreu horas antes de uma visita a Birmingham marcada para esta sexta-feira (28/3).
Segundo as informações divulgadas, Charles "experimentou efeitos colaterais temporários que exigiram um curto período de observação no hospital". O rei recebeu alta e retornou à sua residência oficial em Londres ainda na noite de quinta, mas como medida de precaução seus compromissos foram adiados.
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A atualização sobre a saúde do monarca só foi divulgada no fim da noite quinta-feira no horário britânico. Isso por si só já é um sinal do quão difícil foi a decisão de adiar a viagem do rei.
Desmarcar o compromisso provavelmente vai contra os desejos do próprio monarca.
Charles tinha quatro compromissos separados em Birmingham. Os adiamentos causam decepções e interrupções, mas depois de discussões entre o rei, sua equipe médica e seus conselheiros mais próximos, os médicos venceram e a visita foi remarcada.
A mudança pode ter sido ainda mais frustrante porque o rei estava "se sentindo bem" na noite de quinta, após retornar do hospital, de acordo com o Palácio. Ele jantou com a esposa e passou um tempo estudando na Clarence House, a residência real em Londres.
Mas o adiamento também serve como um lembrete de que o rei tem 76 anos, recebeu o diagnóstico de câncer em fevereiro do ano passado e vem fazendo tratamento regular desde então. Existem vulnerabilidades que inevitavelmente se manifestarão às vezes.
E balancear a saúde e a agenda do rei é um desafio que todas as pessoas próximas a ele enfrentam, especialmente sua esposa.

Em várias ocasiões, desde o diagnóstico, a rainha Camilla deu a entender que tem sido difícil fazer com que o marido diminua a velocidade no trabalho — ao mesmo tempo, ela parece ser uma voz muito influente no ouvido do monarca.
Nesta mesma época, no ano passado, o rei ajustou sua agenda enquanto navegava pelos estágios iniciais de seu tratamento contra o câncer. Mas aqueles que o conhecem bem já diziam que a diminuição nos compromissos não duraria, pois sair de casa em serviço público era de grande importância para o rei e seu bem-estar.
A visita oficial do rei e da rainha à Austrália e Samoa no ano passado foi um ponto de virada em termos da agenda real. Foi, de certa forma, um teste para a resiliência de Charles e de como ele poderia lidar com os desafios de uma viagem ao exterior.
Em alguns momentos ele aparentou estar cansado, mas por fim conseguiu enfrentar a longa jornada e vários dias de compromissos ao mesmo tempo em que suspendeu o tratamento do câncer.
Quando a viagem terminou, fontes próximas à Família Real falaram sobre como aquele momento foi importante para o rei em um nível muito pessoal. Em outubro, uma fonte disse: "Ele acredita muito na mente, no corpo e na alma e essa combinação funciona muito bem em uma visita como essa."
"Ele sente um senso de dever tão forte que mantém sua mente e sua alma ocupadas, e então há um médico aqui para cuidar de seu corpo. Você tem o que torna uma visita muito bem-sucedida nessas circunstâncias."

Essas palavras são reveladoras e demonstram uma visão de como os compromissos públicos e os deveres reais impulsionam a recuperação do rei. Mas há um equilíbrio a ser alcançado.
Nesta quinta-feira, ficou claro que ele deveria dar um passo atrás e descansar durante o fim de semana.
O clima no Palácio de Buckingham não é de alarme, não há sensação de crise — mas as notícias são obviamente inquietantes.
Desde que o rei foi diagnosticado, a equipe do palácio tem optado pela transparência, mas com limites. A declaração mais recente foi feita seguindo esse caminho, para evitar rumores e especulações.
Os detalhes sobre o câncer enfrentado pelo rei e o tipo de tratamento que ele está fazendo permanecem privados, mas o fato de ele ainda estar em tratamento é muito público.
A saúde do rei, diz o palácio, ainda está caminhando em uma direção positiva.
Sua agenda agora será revisada. Pode haver alguma "poda leve" nos compromissos, mas nenhuma grande mudança é esperada.
O rei tem uma visita de Estado à Itália prevista para a segunda semana de abril, embora um encontro marcado previamente com o papa Francisco no Vaticano tenha sido cancelado devido a problemas de saúde do pontífice.
Ao que parece, essa viagem deve acontecer como já era previsto. Espera-se que o rei volte ao trabalho na próxima semana.
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